Sessão Assíncrona


SA12.4 - EPIDEMIOLOGIA, VIOLÊNCIA E SAÚDE (TODOS OS DIAS)

40305 - BULLYING ENTRE ADOLESCENTES BRASILEIROS: RESULTADOS DAS PESQUISAS NACIONAIS DE SAÚDE DO ESCOLAR, 2015 E 2019
ELTON JUNIO SADY PRATES - UFMG, WANDERLEI ABADIO DE OLIVEIRA - PUC-CAMPINAS, FLÁVIA CARVALHO MALTA DE MELLO - EERP-USP, CRISTIANE DOS SANTOS MOUTINHO - IBGE, MARTA ANGÉLICA IOSSI SILVA - EERP-USP, DEBORAH CARVALHO MALTA - UFMG


Apresentação/Introdução
O bullying é reconhecido como um emergente problema de saúde pública, compreendido como um tipo de violência caracterizada por agressões sistemáticas que são praticadas de modo intencional, gerando impactos multidimensionais na saúde e no desenvolvimento de adolescentes e jovens. Por isso, compreender a magnitude e a evolução dos indicadores deste fenômeno entre escolares brasileiros torna-se fundamental.

Objetivos
Analisar as prevalências dos indicadores de bullying em escolares brasileiros de 13 a 17 anos entre 2015 e 2019.

Metodologia
Estudo descritivo, transversal, com dados das Pesquisas Nacionais de Saúde do Escolar (PeNSE), realizadas em 2015 e 2019. As proporções estimadas e suas respectivas variâncias foram calculadas considerando o desenho complexo das amostras e, devido às múltiplas comparações realizadas e ao tamanho da amostra nas duas pesquisas, considerou-se por considerar significativas apenas as diferenças cujo valor de p foi igual ou menor que 0,01, por meio do teste t de Student. Os dados da PeNSE são de domínio público e encontram-se disponíveis no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Resultados
A amostra II da PeNSE 2015 foi constituída de 10.926 adolescentes, 653 turmas e em 371 escolas. Em 2019, a PeNSE entrevistou 4242 escolas, 6612 turmas e 125.123 escolares. A prevalência de praticar bullying reduziu de 20,4% (IC95%: 19,2-21,5) em 2015 para 12,0% (IC95%: 11,6-12,5) em 2019 (p < 0,01). Observou-se redução do relato de não ser bem tratado pelo colega, passando de 8,9% (IC95%: 7,8-10,0) em 2015 para 7,2% (IC95%: 6,8-7,7) em 2019 (p < 0,01), tanto para o sexo feminino quanto para o sexo masculino. Os motivos relatados para sofrer bullying foram semelhantes entre as duas edições, sendo as mais referidas a aparência do corpo, aparência do rosto e cor ou raça.

Conclusões/Considerações
Ocorreu redução da prática do bullying pela metade, e do relato de não ser bem tratado entre adolescentes brasileiros, entretanto a prevalência de sofrer bullying é elevada no país. Entre os motivos e causas do bullying, os escolares atribuíram causas à aparência do corpo, do rosto e cor da pele ou raça. Por isso, deve-se ter atenção e priorizar políticas para redução e enfrentamento desta violência no cenário nacional.