SA12.1 - COMUNICAÇÃO, NOVAS MÍDIAS E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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43179 - DESINFORMAÇÃO, INFODEMIA E COVID-19: REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE O FENÔMENO DAS FAKE NEWS IAGO MARAFINA DE OLIVEIRA - IMS/UERJ, ROSENI PINHEIRO - IMS/UERJ, NAYARA RUDECK - IMS/UERJ, LARISSA BORSATO DA SILVA - IMS/UERJ, THAUANNE DE SOUZA GONÇALVES - IMS/UERJ
Apresentação/Introdução A pandemia de Covid-19 no Brasil revelou fragilidades multifatoriais do tecido social no país. No âmbito da saúde pública, o projeto político-institucional da desinformação articula-se a propagação das fake news capazes de produzir um agravamento da situação. Neste trabalho, realiza-se uma revisão integrativa de literatura que reúne problematizações sobre verdade e mentira na saúde.
Objetivos a) Categorizar uma tipologia para as fake news descritas na literatura; e b) discutir as condições de possibilidade para a formulação de estratégias de enfrentamento à desinformação e combate às fake news;
Metodologia O estudo é a primeira fase, exploratória e qualitativa, de uma revisão integrativa de literatura. A busca aconteceu no Google Acadêmico, Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e Scielo, utilizando os seguintes descritores e grupagens com operador booleano AND: “Infodemia” AND “Covid-19” AND “Fake news”; “Infodemia” AND “Covid-19” AND “Noticias falsas”; “Covid-19” AND “fake news”; “Covid-19” AND “notícias falsas”. Os critérios de inclusão foram artigos publicados em língua portuguesa e no Brasil entre os anos de 2020 e 2022. A partir da leitura dos títulos e resumos, foram escolhidos 18 artigos com conteúdo significativo para suscitar discussões sobre a temática.
Resultados As fake news possuem uma tipologia estética que utiliza uma linguagem iconográfica apelativa. A grande circulação acontece no WhatsApp, com um conteúdo majoritário em torno da prevenção, cura e/ou tratamento. Verifica-se que elas são associadas a instituições para obtenção de legitimidade, tais como OMS e Ministério da Saúde, além de citar nomes de profissionais de saúde. Fake news relacionadas a questões político-partidárias desacreditam instituições e a ciência, fazendo menções a inimigos, como os comunistas, além do conteúdo racista e xenofóbico ao citarem chineses. Também sugerem que a infodemia diminui a capacidade psíquica de interpretação de informações.
Conclusões/Considerações A desinformação como projeto político-institucional aponta o direito à comunicação como parte do direito à saúde. No Brasil, a polarização política cria maiores condições para a difusão das fake news. Ainda não é possível traçar um único caminho para a resolução desta problemática, sendo urgente pensar em novas racionalidades comunicacionais em saúde condizentes com atuais formas de comunicação e adequadas culturalmente à realidade brasileira.
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