SA12.1 - COMUNICAÇÃO, NOVAS MÍDIAS E SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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42309 - COVID-19: UM OLHAR PARA OS SENTIDOS CIRCULANTES SOBRE OS TRABALHADORES DA SAÚDE NA MÍDIA MICHELE NACIF ANTUNES - FIOCRUZ, ROBERTA DE CARVALHO CORÔA - FIOCRUZ, FLAVIA DE ASSIS SOUZA - FIOCRUZ, MARIA RUTH DOS SANTOS - FIOCRUZ, PATRÍCIA MENNA BARRETO FERREIRA - FIOCRUZ, ELIANE CHAVES VIANNA - FIOCRUZ, MONICA VIEIRA - FIOCRUZ
Apresentação/Introdução O "Projeto Respiro: (co)movendo a vida entre (ultra)penosidades e (re)existências" realizou a aproximação com os trabalhadores da saúde por meio das suas narrativas publicadas na mídia. O olhar para as notícias foi orientado pelas perguntas: Quais são os sentidos circulantes sobre os trabalhadores da saúde? Como as notícias atualizam as penosidades e alternativas de (re)existências?
Objetivos Identificar os discursos e sentidos circulantes nas notícias sobre o trabalho em saúde no início da pandemia, procurando entender as penosidades e as (re)existências enfrentadas pelos trabalhadores, que foram expressas por meio de suas narrativas.
Metodologia A coleta das notícias foi realizada no portal de notícias G1, que disponibiliza conteúdo das cinco regiões do Brasil, com atualizações 24 horas por dia. A busca foi por meio do Google com a estratégia “covid AND profissional AND profissionais OR trabalhador OR Trabalhadores AND saúde site:https://g1.globo.com/”, no período de março a junho de 2020. As notícias foram salvas em pdf, organizadas por mês e exportadas para o software proprietário Maxqda. As notícias foram lidas na íntegra, os seguimentos foram codificados seguindo os sete eixos temáticos do Respiro e analisados de acordo com o Protocolo de Catalogação e Análise de Notícias, desenvolvido especificamente para este estudo.
Resultados A busca resultou 228 notícias e 3968 segmentos codificados. Nos relatos dos profissionais houve a predominância do lema “Fique em casa por mim, por você e por nós”. A metáfora da guerra apresenta os trabalhadores como guerreiros, heróis, mas também emerge a formação discursiva da culpabilização da vítima: “Ele morreu por que era obeso”. Há disputa de narrativas entre os trabalhadores e as autoridades de saúde. Os relatos dos trabalhadores por falta de EPI´s frequentemente eram confrontados na tentativa de descredibilizar o trabalhador: “Ainda segundo a funcionária, a falta dos equipamentos de proteção individual é preocupante”, mas “O hospital afirmou que os estoques de EPIs estão normais”.
Conclusões/Considerações A análise das notícias proporcionou um olhar para além das autonarrativas dos trabalhadores. Foram observados os discursos predominantes sobre como os trabalhadores da saúde foram afetados na vida e no trabalho no início da pandemia. Eles atualizam penosidades e (re)existências do trabalho na pandemia na medida que expressam as impressões sobre o modelo de sociedade atual e as formas como os modos de existência contemporâneos afetam a vida e o trabalho.
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