Comunicação Coordenada

24/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC12.8 - INFORMAÇÃO, INTEGRAÇÃO E SAÚDE

43304 - INFORMAÇÃO ACERCA DA SÍFILIS ENTRE HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS (HSH) USUÁRIOS DE APLICATIVOS GEOSSOCIAIS DE ENCONTROS
PAULO ROBERTO QUEIROZ - UFRN, MARCIEL OLIVEIRA DA SILVA - UFRN, LIGIA LAMARTINE LOPES ROCHA - UFRN, ARMANDO CARLOS DIÓGENES JÚNIOR - UFRN, MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS - UERJ, ANDRÉ CARLOS NOGUEIRA BEZERRA - UFRN, KENIO COSTA DE LIMA - UFRN


Apresentação/Introdução
Desde 2016 a sífilis foi declarada como epidemia no território brasileiro. No entanto, apesar dos inúmeros esforços, populações específicas seguem apresentando elevado número de casos, destacando-se os HSH. Dentre estes, os usuários de aplicativos se constituem num subgrupo importante e, via de regra, negligenciado no que se refere às ações voltadas à informação acerca da doença.

Objetivos
Neste sentido, buscou-se investigar a informação acerca da sífilis entre HSH usuários de aplicativos geossociais de encontros, tipificando-a em relação a características sociodemográficas, uso dos aplicativos e à doença em si.

Metodologia
Para tanto, um web survey foi realizado no período de janeiro a abril de 2022 com 812 HSH, usuários ativos de algum dos aplicativos para este fim. De modo anônimo, responderam a um questionário o qual continha questões sobre o conhecimento do que é a sífilis, seus sinais primários, se a sífilis pode causar problemas graves de saúde, do risco em contrair outras ISTs tendo sífilis, como reduzir o risco de adquirir a doença e se após uma infecção podem desenvolver outras pelo mesmo agente. Cada uma das questões foi relacionada às condições sociodemográficas e outras relativas ao uso dos aplicativos e à doença em si. Para isso, utilizou-se o teste do qui quadrado para um nível de confiança de 95%.

Resultados
Pouco mais de 90% informam saber o que é a sífilis e que esta pode causar graves problemas de saúde. No entanto, somente 64,4% sabem quais os sinais/sintomas primários da sífilis. Cerca de 20% ou não sabem que a sífilis pode vir a acometer novamente o mesmo indivíduo ou afirmaram que não. Mais de 80% dos usuários informaram que a sífilis aumenta o risco de contrair outras IST. Contrariamente, 10% dos HSH ou não sabem como reduzir o risco de contrair sífilis ou apontaram respostas que não contribuem com sua prevenção. Os homens trans ou não binários, com menos de 20 anos, escolaridade e renda mais baixas, que nunca fizeram teste para sífilis e nunca tiveram IST possuem menos informação.

Conclusões/Considerações
Nesse sentido, apesar de existir informação por parte dos usuários HSH de aplicativos geossociais de encontros acerca da sífilis, faz-se necessária uma qualificação destas informações e uma disponibilização destas quando do uso dos aplicativos, assim como é realizado em relação à infecção pelo HIV.