Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC12.6 - EPIDEMIOLOGIA PARA UM FUTURO SAUDÁVEL

38976 - PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À POLIFARMÁCIA ENTRE IDOSOS NO BRASIL: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE, 2019
KARINA ALVES RAMOS - INSTITUTO RENÉ RACHOU, FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ), ALEXANDRA CRISPIM BOING - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, JULIANA MARA ANDRADE - INSTITUTO RENÉ RACHOU, FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ), FABÍOLA BOF DE ANDRADE - INSTITUTO RENÉ RACHOU, FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ)


Apresentação/Introdução
A polifarmácia, entendida como o consumo de múltiplos medicamentos e pensada em termos de adequação do uso destes, é uma prática de intervenção para o uso seguro de medicamentos e se enquadra no contexto do desafio global de segurança do paciente da Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se de uma condição frequente, mas os dados da prevalência e dos determinantes no Brasil são controversos.

Objetivos
O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência e os determinantes da polifarmácia em uma amostra representativa da população idosa brasileira.

Metodologia
Estudo transversal, com dados de idosos (≥ 60 anos) da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019. A polifarmácia foi considerada como o uso regular de no mínimo cinco medicamentos. As variáveis independentes foram: características sociodemográficas, condições de saúde e de acesso a serviços de saúde. Para a análise bivariada, foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson com correção e Rao-Scott. Foi utilizada a regressão de Poisson para estimar as razões de prevalências (RP) brutas e ajustadas e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). A análise dos dados considerou o efeito do desenho do estudo e os pesos amostrais e utilizou o programa estatístico Stata 15.0.

Resultados
A prevalência de polifarmácia na população de idosos brasileiros foi de 19,2%, maior nas faixas etárias de 70-79 anos e 80+ em relação a 60-69 anos; naqueles com ensino fundamental incompleto e ensino fundamental completo versus sem instrução; renda >2 até 3 salários-mínimos e renda >3 até 5 salários-mínimos versus 1 salário mínimo; presença de doença crônica, autoavaliação de saúde regular e autoavaliação de saúde ruim/muito ruim versus autoavaliação de saúde boa/muito boa; presença de limitação para realizar Atividades Básicas da Vida Diária - ABVD e posse de plano médico de saúde. Estar em uma relação conjugal foi inversamente associada a polifarmácia.

Conclusões/Considerações
A polifarmácia afeta cerca de um quinto da população de idosos no Brasil e está associada a fatores sociodemográficos e de acesso aos serviços de saúde. O uso de medicamentos deve ser otimizado para evitar eventos adversos e a adesão e objetivos terapêuticos devem ser acordados com o paciente.