22/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC12.5 - EPIDEMIOLOGIA PARA CONHECER E PREVENIR |
42388 - EPIDEMIOLOGIA DO TRACOMA NO ESTADO DO CEARÁ: ESTIMATIVA DE PREVALÊNCIA NO PERÍODO 2021-2022 ADJOANE MAURÍCIO SILVA MACIEL - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA, FACULDADE DE MEDICINA, FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL E SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE RUSSAS CE, ALBERTO NOVAES RAMOS JR. - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA, FACULDADE DE MEDICINA, NÁDIA MARIA GIRÃO SARAIVA DE ALMEIDA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, ANDERSON FUENTES FERREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA, FACULDADE DE MEDICINA, JOANA RIBEIRO FAVACHO - INSTITUTO EVANDRO CHAGAS, MINISTÉRIO DA SAÚDE, VIVIAN DA SILVA GOMES - SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, MANUELLA MAURÍCIO SILVA MACIEL - INSTITUTO DE CULTURA E ARTE, UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, ANTÔNIO LUCAS DELERINO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM, FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM, ROBERTO DA JUSTA PIRES NETO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA, FACULDADE DE MEDICINA
Apresentação/Introdução O tracoma é a principal causa infecciosa de cegueira no mundo, uma ceratoconjuntivite crônica e recidivante causada por Chlamydia trachomatis. Insere-se no grupo de Doenças Tropicais Negligenciadas sendo reconhecida como problema de saúde pública em 43 países na África, América Central e do Sul, Ásia, Austrália e Oriente médio para eliminação dentro do novo roteiro para a agenda 2021–2030.
Objetivos Estimar a prevalência populacional de tracoma em zonas rurais de 5 Unidades de Avaliação Não Indígenas no estado do Ceará, região Nordeste do Brasil, no período de 2021–2022, com foco no desenvolvimento de ações para vigilância e controle da doença.
Metodologia Trata-se de estudo transversal de base populacional por meio de inquérito que incluiu 900 domicílios de 30 setores censitários rurais em 5 municípios supostamente endêmicos para tracoma no estado do Ceará. Analisou-se a ocorrência de Tracoma Inflamatório Folicular (TF) em crianças de 1–9 anos e de Triquíase Tracomatosa (TT) não conhecida pelo SUS em adultos ≥15 anos. Verificou-se ainda a circulação de C. Trachomatis por qPCR entre crianças de 1–9 anos de idade, segundo recomendação da Organização Mundial da Saúde. Estimou-se a prevalência com respectivos intervalos de confiança de 95%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Hospital São José de Doenças Infecciosas do Ceará.
Resultados Nos domicílios incluídos, foram examinadas 2.234 pessoas por meio de exame ocular externo padronizado, sendo 364 pessoas com idades entre 1–9 anos e 1.678 com 15 anos e mais. Não foram detectados casos de tracoma nas formas clínicas TF e TT nos municípios e nas faixas etárias específicas incluídas. Da mesma forma, não foi identificada positividade para presença de material genético de C. trachomatis por qPCR nas 56 amostras de raspado ocular, obtidas a partir de crianças de 1–9 anos de idade, e analisadas pelo Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde. Entretanto, detectou-se um caso de TF em adulto jovem de 18 anos de idade, fora do público-alvo inicial.
Conclusões/Considerações Demonstrou-se ausência de casos, dentro do parâmetro abaixo do limiar para eliminação da doença como problema de saúde pública no estado do Ceará. Entretanto, ressalta-se a necessidade de manter monitoramento e vigilância integrados às ações de atenção à saúde no SUS para redução da recrudescência da doença. Reitera-se a importância de ampliação do acesso à água e à atenção primária à saúde, associado a inquéritos escolares.
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