22/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC12.3 - DISCURSO, DISCURSOS NA PERSPECTIVA DE UM SUS MIDIÁTICO |
44126 - O SUS NO JORNAL NACIONAL: NARRATIVAS SOBRE O SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE ENTRE 2017 E 2019 RONALDO TEODORO DOS SANTOS - UERJ, THAIS DE ANDRADE VIDAURE FRANCO - UERJ, DORIVAL FAGUNDES COTRIM JUNIOR - UERJ, RUTE ROSE SILVA ALVES - UERJ, LUCAS MANOEL DA SILVA CABRAL - UERJ
Apresentação/Introdução O contexto da ampliação das redes sociais significou mudanças no padrão de consumo de notícias. A telecomunicação, entretanto, especialmente, os conteúdos veiculados no “horário nobre” segue tendo um papel central na difusão de informação, na projeção de uma agenda de debates e na formação de imaginários. Esse trabalho aborda o tratamento dado ao SUS no telejornal de maior audiência no país.
Objetivos Analisar a cobertura sobre o Sistema Único de Saúde no do Jornal Nacional nos anos de 2017, 2018 e 2019.
Metodologia Para identificação e seleção das reportagens que tematizavam o Sistema Único de Saúde foi feito um levantamento no repositório online do jornal. Inicialmente, foram lidos todos os títulos e resumos das notícias veiculadas no entre os anos de 2017 e 2019 e realizada a seleção daquelas que se referiam à saúde, a políticas e programas de saúde pública, a serviços de saúde públicos ou ao SUS. A fim de identificar as formas como o SUS foi representado e apresentado para a audiência do telejornal do horário nobre da Rede Globo, todas as notícias selecionadas (355) foram assistidas na integra, analisadas e estratificadas segundo um instrumento semiestruturado para coleta de dados.
Resultados As 355 notícias selecionadas totalizaram 13h20m07s de utilização do tempo da programação total do jornal entre os anos de 2017 e 2019. A análise identificou uma predominância de notícias de caráter informativo (42%), seguida das notícias que apontavam apenas aspectos negativos do SUS (36%), as notícias que abordavam aspectos positivos do SUS ou ambivalentes (simultaneamente positivos e negativos) ocuparam 27% do tempo das notícias. Quando analisamos por temas, identificamos uma predominância de reportagens sobre epidemias, especialmente sobre Dengue, Zika e Febre Amarela. A vacinação foi o segundo tema mais frequente, sendo o principal serviço de saúde coberto pelo telejornal.
Conclusões/Considerações A análise da cobertura sobre o SUS no JN levanta questões sobre a ausência de uma política pública de comunicação, a presença de um monopólio privado de mídias e os impasses do sistema. A Reforma Sanitária sempre foi portadora de uma proposta civilizatória que, no entanto, nunca formou um canal de comunicação com a sociedade brasileira. A formação de uma consciência pública sanitária é parte central de uma nova etapa de construção do SUS.
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