22/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC12.3 - DISCURSO, DISCURSOS NA PERSPECTIVA DE UM SUS MIDIÁTICO |
41097 - DEBATE PÚBLICO DIGITAL SOBRE VACINA NO BRASIL DURANTE A VACINAÇÃO CONTRA A COVID 19: UM DIAGNÓSTICO MULTIPLATAFORMA JOÃO GUILHERME BASTOS DOS SANTOS - INCT.DD, FILIPE MENDES MOTTA - UFMG, DILVAN PASSOS DE AZEVEDO - UFBA, RENATO DUARTE CAETANO - UFMG, CARLA CRISTINA SANTOS RODRIGUES - UFBA, GABRIELA WENZEL - UFBA, RICARDO FABRINO MENDONÇA - UFMG, CAMILO AGGIO - UFMG, SABADO NICOLAU GIRARDI - EPSM/NESCON - UFMG, FRANCISCO EDUARDO DE CAMPOS - NESCON - UFMG
Apresentação/Introdução A desinformação sobre vacinas na esfera pública digital é uma das preocupações centrais nas análises sobre hesitação vacinal. Carecem, no entanto, estudos sistemáticos envolvendo múltiplas plataformas. Apontamos os principais desafios observados em seis meses de debate público, no Brasil, em 2021, a partir do monitoramento sistemático de Twitter e Youtube, e do acompanhamento de Telegram e Instagram.
Objetivos O objetivo foi mapear as principais estratégias discursivas utilizadas para a disseminação de informações sobre vacinas, bem como apontar as conexões entre questões e articulações levantadas nas diferentes plataformas de mídia digital.
Metodologia No Twitter e no Instagram, trabalhou-se com hashtags para compor redes; no YouTube, consideraram-se conexões de rede às recomendações entre vídeos. A partir da composição de grafos de redes, foram identificados atores centrais em cada rede e nichos envolvidos na discussão. O segundo passo consistiu na identificação de vocabulários característicos das diferentes vertentes observadas. Quanto ao Telegram e Instagram, foram monitorados, de forma qualitativa, 15 grupos no primeiro e 12 perfis no segundo. Grupos antivacina no Telegram foram selecionados pelo critério de maior circulação e compartilhamento de conteúdo. No Instagram foram considerados perfis articulados às ações planejadas no Telegram.
Resultados No período, foram levantados 8,3 milhões de tuítes, de mais de 2 milhões de usuários; mais de 93 mil vídeos do Youtube; além do monitoramento de 15 grupos antivacina no Telegram, com 109 mil membros. A análise foi marcada pela vacinação contra a Covid 19. Dentre os pontos encontrados, destacam-se: i) a centralidade do Telegram como espaço de construção de argumentos e ações antivacina a serem disseminadas em outras redes; ii) a presença significativa de vídeos de divulgação científica, vídeos jornalísticos hegemônicos e de conteúdo de formação para profissionais de saúde, no YouTube; iii) uma relação entre a obrigação de vacinação e a ideia de violação de liberdades individuais, no Twitter.
Conclusões/Considerações A disseminação de conteúdo contra vacinas segue gramáticas de desinformação intensificadas nos últimos, como: o uso de imagens pop de fácil reconhecimento pelo público; o uso da estética de peças de divulgação científica e de campanhas de conscientização de órgão públicos; a negação de conteúdo produzido por veículos de informação tradicionais como fake news; e a autovitimização dos disseminadores de conteúdo falso, quando denunciados.
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