Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC12.1 - A VOZ DO USUÁRIO - COMUNICAÇÃO COMO DIREITO DEMOCRÁTICO À SAÚDE

41720 - POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES DAS MÍDIAS SOCIAIS ELETRÔNICAS COMO POSSÍVEIS FERRAMENTAS FACILITADORAS DO ACESSO DE SURDOS AOS SERVIÇOS DE SAÚDE.
HENRIQUE DE ALBUQUERQUE CARVALHO - LIDHS/IESC/URFJ, MIRIAM VENTURA - LIDHS/IESC/UFRJ


Apresentação/Introdução
Aproximadamente 5% dos brasileiros são classificados como deficientes auditivos (IBGE, 2010), incluindo os surdos pré-linguais (foco da pesquisa), cuja linguagem é estruturada pela Língua Brasileira de Sinais. O estudo busca analisar os limites e as potencialidades do uso das atuais tecnologias digitais de comunicação como possíveis facilitadoras do acesso à assistência à saúde por estas pessoas.

Objetivos
Analisar as experiências de surdos não oralizados ao utilizar os aplicativos digitais na sua comunicação interpessoal em diferentes contextos, sobretudo no que diz respeito às possíveis relações dialógicas com profissionais em serviços de saúde.

Metodologia
A estratégia metodológica se deu através da realização de grupos focais com surdos, por intermédio de discursos espontâneos obtidos a partir da introdução de temáticas envolvendo o uso por esta população de tecnologias digitais de relacionamento interpessoal, suas impressões pessoais e questionamentos acerca deste recurso de comunicação e seu uso nos diferentes espaços, com ênfase na comunicação entre pessoas no âmbito do acesso à assistência à saúde.

Resultados
A maioria dos participantes da pesquisa relatou familiaridade com tecnologias comunicativas digitais, onde o WhatsApp atualmente é o aplicativo de uso mais corriqueiro (praticamente o único) para comunicação interpessoal (principalmente sob a forma de vídeo) entre estes sujeitos, uma vez que oferece ferramentas diferenciadas para a troca de informações (inclusive com pessoas ouvintes), por intermédio de mensagens de texto e imagens iconográficas. No entanto, verificou-se que estes dispositivos, apesar de potenciais facilitadores da comunicação em contextos sociais diversos, por variados motivos, ainda não se configuram como auxiliadores efetivos do acesso dos surdos aos serviços de saúde.

Conclusões/Considerações
Percebe-se forte visão instrumentalista das políticas públicas voltadas para surdos no Brasil. Tradicionalmente, são valorizadas tipificações e tecnologias assistivas voltadas para a correção da deficiência em detrimento das potenciais tecnologias comunicacionais e estratégias de aprimoramento da comunicação interpessoal no âmbito da assistência à saúde por profissionais e usuários surdos, que poderiam oportunizar maior integralidade da atenção.