Sessão Assíncrona


SA10.3 - INTERSETORIALIDADE, POLÍTICAS PÚBLICAS E SISTEMAS DE SAÚDE: INTEGRAÇÃO NA SAÚDE COLETIVA (TODOS OS DIAS)

38339 - ANALISANDO O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO PROGAMA VIDA NO TRÂNSITO (PVT), SUAS CONSEQUÊNCIAS E DESAFIOS APÓS UMA DÉCADA DE HISTÓRIA.
LEILA MEDEIROS MELO - UFG, OTALIBA LIBÂNIO DE MORAIS NETO - UFG, EDINILSA RAMOS DE SOUZA - CLAVES/FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
O Programa Vida no Trânsito (PVT) foi implantado no Brasil a partir de 2010 como resposta a uma iniciativa mundial de enfrentamento aos Acidentes de Transporte Terrestre (ATT) e suas consequências. Coordenado pelo Ministério da Saúde (MS), trata-se de um projeto de colaboração intersetorial englobando profissionais da saúde, segurança, trânsito, engenharia, educação e outros setores.

Objetivos
Apresentar o resultado da análise qualitativa sobre o processo de implantação, as consequências e desafios identificados nos municípios onde o PVT já atua.

Metodologia
Como uma das abordagens previstas na investigação mais ampla da qual faz parte, de perfil qualiquantitativo, a pesquisa aqui apresentada recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás (Parecer 2.854.899) e coletou os dados por meio de 12 grupos focais realizados nas capitais selecionadas (por sorteio que proporcionasse a representação das diferentes regiões do país, incluindo as cinco capitais onde o programa foi implementado inicialmente), em data previamente agendada com o representante da subcomissão gestora local, entre os meses de abril de 2019 e março de 2020, sob a perspectiva da triangulação de métodos e da hermenêutica dialética.

Resultados
Pela primeira vez, identificam-se as relações existentes nos processos de trabalho firmados no PVT, assim como nós críticos na metodologia do MS, associados ao perfil da segurança viária local/nacional. Há uma melhoria do quadro geral de mortes em decorrência de ATT, bem como formação de parcerias intersetoriais e colaboração mútua nos municípios onde o programa já existe de forma mais estruturada e duradoura, persistindo desafios como a fragilidade na composição dos grupos técnicos, coexistência de programas concorrentes ao PVT, fragilidade no monitoramento de feridos, dificuldade na consolidação de bancos de dados integrados e exígua divulgação dos dados relacionados ao trânsito.

Conclusões/Considerações
O treinamento remoto permanente facilitará a familiarização de novos integrantes com a metodologia do PVT, ao passo que um “Painel dinâmico” com ATT, alimentado pelos setores que atendem as vítimas (óbitos e feridos) contribuirá no reconhecimento da trajetória do usuário da via desde o acidente até seu desfecho, identificando fragilidades estruturais e assistenciais de forma ágil e traçando perfis mais precisos sobre o contexto dos acidentes.