SA10.2 - CONDIÇÕES DE VIDA, VULNERABILIDADE E VIOLÊNCIAS: HÁ UM DIÁLOGO ENTRE AS ÁREAS DA SAÚDE COLETIVA? (TODOS OS DIAS)
|
42221 - FATORES ASSOCIADOS A ALTERAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUILOMBOLAS DO RECÔNCAVO BAIANO: UM ESTUDO DE CASO-CONTROLE VIVIANE SILVA DE JESUS - ISC/UFBA, MARIA DA CONCEIÇÃO NASCIMENTO COSTA - ISC/UFBA, LENY ALVES BOMFIM TRAD - ISC/UFBA, CLIMENE LAURA DE CAMARGO - PPGENFS/UFBA, JOILDA SILVA NERY - ISC/UFBA
Apresentação/Introdução Fatores associados à alteração da pressão arterial (PA) em crianças e adolescentes, geralmente, estão relacionados às causas identificáveis. Assim, eliminando a exposição pode-se regularizar os níveis pressóricos. Todavia, até o momento, não foram identificados no Brasil estudos sobre esta temática envolvendo crianças e adolescentes quilombolas.
Objetivos Identificar fatores associados à alteração da pressão arterial em crianças e adolescentes quilombolas e estimar as respectivas frações atribuíveis.
Metodologia Estudo caso-controle com 183 casos (percentis PA≥90) e 366 controles (percentis PA<90) de 20 comunidades quilombolas do Iguape-BA. Casos e controles procederam de um inquérito epidemiológico sobre prevalência de pré-hipertensão e hipertensão arterial realizado com essas populações, em 2019. Calculou-se frequências absolutas e relativas das variáveis. Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher testaram diferenças entre os grupos. Odds ratios e intervalos de confiança foram utilizados para analisar associações entre exposições e desfecho. Frações atribuíveis populacionais foram estimadas. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem sob protocolo número 3.246.060.
Resultados Após ajuste por idade, Razão Cintura Estatura (RCE)≥ 0,5 (OR 2,62; IC 1,89-7,5) e Bolsa Família (OR 2,35; IC 1,14-4,01) foram associadas às alterações da PA das crianças quilombolas, com Fração Atribuível Populacional (FAP) de 13% e 9,0%, respectivamente. Entre os adolescentes, sexo masculino (OR 1,80; IC 1,02-3,18), obesidade (OR 4,07; IC 1,60-10,34) e história familiar da doença (OR 1,91; IC 1,09-3,33) mostraram-se associadas a alteração da PA, tendo FAP, nesta ordem, de 18%, 12% e 23%. A RCE≥0,5 também se manteve associada à PA elevada no grupo constituído apenas para meninas (OR 3,76; IC 1,89-7,51), com FAP de 22% e, Bolsa Família para o de meninos (OR 2,76; IC 1,45-5,24) com FAP de 54%.
Conclusões/Considerações A exceção de sexo e história familiar de hipertensão, as variáveis associadas à alteração da PA entre crianças e adolescentes quilombolas eram modicáveis, evidenciando a necessidade de intervenções de educação em saúde específicas para a população do estudo a fim de prevenir a exposição aos fatores de riscos identificados e, consequentemente pressão arterial alta.
|
|