Sessão Assíncrona


SA10.2 - CONDIÇÕES DE VIDA, VULNERABILIDADE E VIOLÊNCIAS: HÁ UM DIÁLOGO ENTRE AS ÁREAS DA SAÚDE COLETIVA? (TODOS OS DIAS)

39140 - DESIGUALDADES SOCIAIS NO ACESSO AOS EXAMES PREVENTIVOS PARA DETECÇÃO DE CÂNCER: UM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL NA CIDADE DE SÃO PAULO, BRASIL
EDIGE FELIPE DE SOUSA SANTOS - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP, CAMILA NASCIMENTO MONTEIRO - HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, DIAMA BHADRA VALE - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP, MARÍLIA LOUVISON - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP, MOISÉS GOLDBAUM - FACULDADE DE MEDICINA DA USP, CHESTER LUIZ GALVÃO CESAR - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP, MARILISA BERTI DE AZEVEDO BARROS - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP


Apresentação/Introdução
A mensuração de práticas preventivas de detecção precoce de câncer é parte de inquéritos de saúde de base populacional realizados na cidade de São Paulo (ISA-Capital) com o intuito avaliar a magnitude das desigualdades sociais e, também, monitorar as tendências das desigualdades.

Objetivos
Estimar o acesso aos exames preventivos para detecção de câncer e, também, avaliar a magnitude da desigualdade, segundo escolaridade, no acesso ao exame de Papanicolaou, Mamografia e Antígeno Específico Prostático PSA no município de SP, 2003-2015.

Metodologia
Estudo transversal, de base populacional, utilizando dados do Inquérito de Saúde do Município de São Paulo (ISA-Capital) em 2003, 2008, 2015. As variáveis de desfecho foram a prevalência de exames de mamografia, exame de Papanicolaou e PSA de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde. A desigualdade foi medida pelo nível de escolaridade de acordo com os anos de estudo (categoria de referência: ≤ 7 anos). Para a análise estática, utilizou-se a regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência.

Resultados
A prevalência de Papanicolau permaneceu estacionária em um nível elevado (>89%) durante todo o período do estudo, enquanto o acesso à mamografia e exames de PSA aumentou significativamente no período 2003-2015. Nossos resultados indicam desigualdades no acesso ao rastreamento do câncer devido à escolaridade, sendo mais expressivos para mamografia e exames de PSA. No entanto, essa desigualdade diminuiu significativamente no período analisado comparando-se os indivíduos mais escolarizados com os de menor escolaridade. Além disso, identificou-se um aumento na proporção de exames realizados no Sistema Único de Saúde, principalmente para mamografia e exames de PSA , no período 2003-2015.

Conclusões/Considerações
As desigualdades observadas no acesso aos exames preventivos foram influenciadas pelo nível de escolaridade. A oferta aos exames foi ampliada, de forma mais significativa para a mamografia e o PSA, especialmente entre o grupo menos escolarizado.