SA10.2 - CONDIÇÕES DE VIDA, VULNERABILIDADE E VIOLÊNCIAS: HÁ UM DIÁLOGO ENTRE AS ÁREAS DA SAÚDE COLETIVA? (TODOS OS DIAS)
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38751 - DETERMINANTES SOCIAIS ASSOCIADOS AO HIV/AIDS EM MULHERES NO BRASIL DE 2015 A 2019 DENISE ELIZIANA DE SOUZA - ENSP/FIOCRUZ, JAMES R. WELCH - ENSP/FIOCRUZ, CLEBER NASCIMENTO DO CARMO - ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução A epidemia de HIV/aids é permeada por desiguais condições de saúde que contribuem para a vulnerabilidade de grupos, dentre os quais, a população feminina. Fatores relacionados à suscetibilidade da mulher ao HIV/aids podem ser mensurados por indicadores contextuais e tal análise pode contribuir para políticas públicas que contemplem os direitos de acesso à saúde para este recorte populacional.
Objetivos Estimar taxas de incidência de HIV/aids na população feminina nas unidades da federação do Brasil de 2015 a 2019 e verificar associações entre as taxas estimadas e os indicadores contextuais.
Metodologia Estudo ecológico considerando as taxas de incidência de HIV/aids na população feminina de 13 a 49 anos nas UF do Brasil de 2015 a 2019. A frequência dos casos foi obtida por tabulações no TabNet; a população foi utilizada como termo offset e as variáveis contextuais utilizadas foram Índice de Gini, IDH-M e taxa de analfabetismo. As análises foram realizadas por modelagem log-linear de Poisson e binomial negativa, após identificada superdispersão. Foram realizadas análises univariadas para cada indicador, verificação de colinearidade entre as variáveis e estratégia backward para obtenção do modelo final. Considerado intervalo de confiança de 95% e utilizado apoio computacional do software R.
Resultados Os dados apresentam média de 336 casos de HIV/aids em mulheres, notificados por ano e por UF, com mínimo de 13 casos no Acre em 2016 e máximo de 1.548 em São Paulo em 2015. Os indicadores contextuais evidenciam desigualdades entre as UF, sendo que o IDH-M varia de médio (0,63) a muito alto (0,85); o Índice de Gini apresenta valores de 0,42 a 0,66 e a taxa de analfabetismo varia de 2,62% a 20,14%. O modelo múltiplo final por modelagem binomial negativa, composto pelo IDH-M, Índice de Gini e taxa de analfabetismo, mostra associação inversa (RT < 1) entre os indicadores contextuais e as taxas de incidência de HIV/aids em mulheres.
Conclusões/Considerações A epidemia de HIV/aids tem sido associada a determinantes sociais e os resultados obtidos evidenciaram associações entre os indicadores e as taxas de incidência de HIV/aids. Não foram realizadas análises das associações regionais específicas dentro do país. Dada a extensão territorial do Brasil e as importantes desigualdades entre as regiões, estudos futuros podem considerar essa heterogeneidade.
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