SA10.1 - INTEGRAÇÃO DAS ÁREAS DA SAÚDE COLETIVA: SITUAÇÃO DE SAÚDE E PRODUÇÃO DO CUIDADO (TODOS OS DIAS)
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43717 - PADRÃO DE MULTIMORBIDADE PSICOSSOMÁTICO E RELATO DE USO DE MEDICAMENTOS PARA DORMIR EM MULHERES MARINA LUIZA GRUDGINSKI DE OLIVEIRA - UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS, MICHELE GABRIELA SCHMIDT - UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS, DÉBORA LUIZA FRANKEN - UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS, JAQUELINE STURMER - UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS, MARIA TERESA ANSELMO OLINTO - UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS, JUVENAL SOARES DIAS DA COSTA - UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS, VERA MARIA VIEIRA PANIZ - UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
Apresentação/Introdução A dor crônica geralmente cursa de forma simultânea a outras condições crônicas que podem, juntas, interferir na qualidade do sono. Dados apontam maior prevalência nas mulheres e em indivíduos que apresentam transtornos mentais comuns (TMC). O uso de medicamentos para dormir é prevalente mesmo nas mulheres sem relato médico de TMC, merecendo ser esclarecido.
Objetivos Investigar a associação entre o padrão de multimorbidade psicossomático e o uso de medicamentos para dormir (MD) em mulheres de 20 a 69 anos.
Metodologia Estudo transversal de base populacional com 1.128 mulheres, no sul do Brasil. Os MD foram identificados mediante classificação anatômica, terapêutica e química (ATC). A exposição principal padrão de multimorbidade psicossomático (TMC, dor crônica e distúrbios do aparelho digestivo) foi operacionalizada por meio da análise de componentes principais. O TMC foi definido pelo SRQ-20 (≥7). A associação entre a exposição e o desfecho foi analisada por meio de regressão de Poisson, ajustada para as características sociodemográficas, comportamentais, de saúde, e estratificada por idade, uma vez que os determinantes foram distintos. Considerou-se fatores de confusão variáveis com valor-p ≤0,20.
Resultados A prevalência do uso de MD foi de 14,3% (IC95%12,2-16,3). A análise estratificada por idade evidenciou efeito distinto do padrão de multimorbidade psicossomático no uso de MD. A probabilidade de uso de MD na presença do padrão de multimorbidade psicossomático foi aproximadamente quatro vezes maior entre as mulheres de 20 a 49 anos (RP=3,94; IC95%2,53-6,14) e aproximadamente duas vezes maior entre as de 50 a 69 anos (RP=2,21; IC95%1,47-3,22), mesmo após ajuste para TMC.
Conclusões/Considerações A probabilidade de uso de MD na presença do padrão de multimorbidade psicossomático foi maior entre as mulheres de 20 a 49 anos, independente da presença de TMC. As análises sugerem que o padrão de multimorbidade psicossomático interfere na qualidade do sono de forma diferenciada ao longo da vida, sendo as mulheres mais jovens mais vulneráveis a desenvolverem distúrbios do sono na presença do padrão de multimorbidade e recorrem ao uso de MD.
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