Sessão Assíncrona


SA10.1 - INTEGRAÇÃO DAS ÁREAS DA SAÚDE COLETIVA: SITUAÇÃO DE SAÚDE E PRODUÇÃO DO CUIDADO (TODOS OS DIAS)

39972 - PREVALÊNCIA DE CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS SEGUNDO ESCOLARIDADE MATERNA: RESULTADOS DO ESTUDO NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INFANTIL
JULIANA VIEIRA DE CASTRO MELLO - UFRJ, RAQUEL MACHADO SCHINCAGLIA - UFRJ, PEDRO GOMES ANDRADE - UFRJ, NADYA HELENA ALVES-SANTOS - UNIFESSPA, INÊS RUGANI RIBEIRO DE CASTRO - UERJ, ELISA MARIA DE AQUINO LACERDA - UFRJ, GILBERTO KAC - UFRJ


Apresentação/Introdução
Segundo a POF 2017-18, 20% das calorias consumidas pela população brasileira derivam de alimentos ultraprocessados (AUP). A POF 2017-2018 não estudou crianças, mas observou maior consumo em grupos etários mais novos. A escolaridade materna é comumente descrita na literatura como fator associado ao consumo de AUP, porém esses resultados são conflitantes.

Objetivos
Descrever a prevalência de consumo e caracterizar os grupos de marcadores de AUP em crianças brasileiras menores de cinco anos segundo a escolaridade materna.

Metodologia
Os dados são provenientes do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), um inquérito domiciliar com representatividade nacional, que avaliou 14.558 crianças brasileiras menores de cinco anos. O consumo de AUP foi determinado a partir de um questionário fechado. Foram considerados 10 grupos de marcadores de AUP, consumidos no dia anterior à entrevista, de acordo com o Manual de Orientações para Avaliação de Marcadores de Consumo Alimentar na Atenção Básica (2015). A escolaridade materna foi estratificada em 0-7, 8-11 e >12 anos de estudo. Foram calculados prevalências e intervalos de confiança 95% (IC95%) do consumo de AUP segundo categorias de escolaridade materna.

Resultados
A prevalência do consumo de >1 AUP foi de 81,0%, 80,8%, 82,0% e 77,6 % para 0-7, 8-11 e >12 anos de estudo, respectivamente (p-valor >0,05). O consumo de refrigerantes foi mais prevalente em crianças cujas mães tinham 0-7 (19,3%; IC95%: 16,3;22,3) e 8-11 anos de estudo (18,7%; IC95%: 16,5;20,9) em comparação com >12 anos (11,9%; IC95%: 8,9;14,9). O consumo de macarrão instantâneo apresentou o mesmo comportamento: 0-7 anos de estudo (8,0%; IC95%: 4,9;7,3); 8-11 (6,1%; IC95%: 4,9;7,3) e >12 anos (3,4%; IC95%: 1,7;5,1). Já o consumo de pães industrializados apresentou comportamento inverso: >12 anos de estudo (14,5%, IC95%: 10,3;18,8); 8-11 (8,2%, IC95%: 6,4;9,9) e 0-7 (7,8%, IC95%: 5,1;10,5).

Conclusões/Considerações
Apesar do consumo dos AUP estar disseminado de forma geral na rotina alimentar de crianças brasileiras menores de cinco anos, não houve diferença na prevalência de consumo de pelo menos um desses marcadores quando estratificado pela escolaridade materna. Porém, o marcador ao qual a criança é exposta varia de acordo com a escolaridade materna, podendo haver diferenças entre a qualidade nutricional desses alimentos.