23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC10.2 - CONDIÇÕES DE VIDA, VULNERABILIDADE E VIOLÊNCIAS: HÁ UM DIÁLOGO ENTRE AS ÁREAS DA SAÚDE COLETIVA? |
42657 - TENDÊNCIAS TEMPORAIS E DESIGUALDADES NA VIOLÊNCIA INTERPESSOAL ENTRE ADOLESCENTES: ACHADOS DE TRÊS ESTUDOS DE COORTE DE NASCIMENTOS NO BRASIL AO LONGO DE VINTE ANOS. VANESSA IRIBARREM AVENA MIRANDA - UNESC, CAROLINA V N COLL - UFPEL, ALICIA MATIJASEVICH - USP, INA S. SANTOS - UFPEL, HELEN GONÇALVES - UFPEL, JOSEPH MURRAY - UFPEL
Apresentação/Introdução A violência é um problema de saúde pública, responsável por mais de 1 milhão de mortes no mundo por ano, além de estar associada a graves consequências para as vítimas ao longo da vida. Vários órgãos internacionais consideram a prevenção da violência uma prioridade e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável defende a redução de todas as formas de violência e mortalidade relacionada.
Objetivos Avaliar as tendências temporais das experiências de adolescentes com violência interpessoal familiar e comunitária e desigualdades sociais, usando dados de três Coortes de Nascimentos de base populacional do Sul do Brasil.
Metodologia Foram realizadas três coortes de nascimentos de base populacional, cada uma incluindo todos os nascimentos em um ano civil (1982, 1993, 2004) na cidade de Pelotas. As experiências de violência interpessoal na família e na comunidade foram avaliadas por meio de questionários confidenciais autorreferidos quando os participantes tinham 11, 15 e 18 anos de idade. A prevalência de violência familiar (castigo corporal dos pais) e envolvimento em brigas físicas foram estimadas por sexo e faixa de renda familiar para cada coorte e acompanhamento e tendências avaliadas. Também investigamos desigualdades socioeconômicas absolutas e relativas nos indicadores de violência ao longo do tempo.
Resultados Para o sexo masculino aos 11 anos, houve aumento no envolvimento em brigas físicas ao longo do tempo, com mudança relativa no risco de 22% (p=0,027). Por outro lado, houve diminuição significativa dos castigos corporais nas idades de 11 e 15 com reduções de risco relativo de 17% e 30% para cada período.
Para meninas, houve reduções significativas nos castigos corporais em casa aos 11 e 15 anos, com riscos relativos de 36% e 26%. Em relação ao envolvimento de brigas físicas, uma redução significativa na prevalência ao longo do tempo foi encontrada aos 18 anos com a mudança relativa indicando uma redução de risco de 50%.
As experiências de violência foram mais frequentes entre os mais pobres.
Conclusões/Considerações Relatamos dados de violência interpessoal na adolescência coletados em 3 coortes, em 1982, 1993 e 2004, com cerca de 15.000 pessoas sendo acompanhadas desde o nascimento e ao longo de 20 anos. Reduções no castigo corporal em casa foram consistentemente encontradas para homens e mulheres aos 11 e 15 anos. Para lutas físicas, enquanto uma redução foi encontrada para as mulheres aos 18 anos, um aumento foi observado para os homens aos 11 anos.
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