23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC10.2 - CONDIÇÕES DE VIDA, VULNERABILIDADE E VIOLÊNCIAS: HÁ UM DIÁLOGO ENTRE AS ÁREAS DA SAÚDE COLETIVA? |
40983 - ENFERMAGEM E A SOCIOANTROPOLOGIA DO HIV/AIDS NA AMAZÔNIA PARAENSE: MULHER, PARTO, TRANSMISSÃO VERTICAL EM FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO DE CAMPO. MARTA GIANE MACHADO TORRES - UNIDADE DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA EM DOENÇAS INFECCIOSAS PARASITÁRIAS ESPECIAIS/SESPA E PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA/UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Apresentação/Introdução Interface Enfermagem, ‘viver’ com HIV/AIDS. Trazemos reflexões atravessadas no diário de campo que marcam a realidade da mulher que vive com HIV em seu tempo reprodutivo. Como se dá o diálogo entre a organização dos serviços para assistência e a mulher no período reprodutivo? Belém/Pará, Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas Parasitárias Especiais (UREDIPE). Ano 2021/2022.
Objetivos Refletir sobre a intersecção entre morbidade e a Política Nacional de DST/AIDS de maneira a explicitar interação entre a organização dos serviços para assistência e a mulher que vive com HIV no período reprodutivo.
Metodologia Selecionado trechos de descrição etnográfica, seguido de análise crítica com base na leitura proposta quanto a morbidade e a política do Programa Nacional de DST/AIDS, com recorte às mulheres vivendo com HIV no período reprodutivo. A apresentar uma personagem/interlocutora usuária do serviço. Elencando fragmentos do diário de campo, registros correspondentes aos anos 2021 e 2022. Bem como pesquisa bibliográfica na literatura e prontuário. Onde consta informações pertinentes ao diagnóstico, tratamento, profilaxia da transmissão vertical, terapia antirretroviral em gestantes. Entre outras informações que envolvem seus períodos gravídicos.
Resultados Avanços no acesso à prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados eficazes, a infecção pelo HIV tornou-se uma condição de saúde crônica gerenciável. FHP tem 30 anos, parda, é PVHIV desde o nascimento, junto com sua irmã gêmea. Parceiro sorodivergente (convivem há 12 anos), três filhos. Faltosa desde 2019. Quarta gravidez. Na consulta de enfermagem diz ter tentado laqueadura, sem êxito. Encaminhada para pré-natal especializado. Via telefone relata alegria em ter conseguido retirar as trompas. Enfatiza que sua mãe também implorou pelo procedimento. Quarto parto cesáreo. Profilaxia com antirretrovirais para a criança, alimento fórmula láctea (Diário de campo, UREDIPE, set. 2021 e mai. 2022)
Conclusões/Considerações Região norte desponta em taxa de gestantes infectadas em dez anos (B. Epidemiológico/2021). Belém amplia taxa de detecção de HIV em grávidas e crianças abaixo de 5 anos de idade. Política pública segue a se efetivar, mas os desafios se interpõem exigindo um olhar mais apurado da gestão estadual e municipal de maneira a garantir criterioso manejo do diagnóstico no pré-natal e a melhoria da vigilância na prevenção da transmissão vertical do HIV.
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