Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC10.1 - INTEGRAÇÃO DAS ÁREAS DA SAÚDE COLETIVA: SITUAÇÃO DE SAÚDE E PRODUÇÃO DO CUIDADO

40234 - IMPACTO ECONÔMICO DA MORTALIDADE PREMATURA POR CÂNCER ENTRE INDIVÍDUOS ECONOMICAMENTE ATIVOS (15 A 65 ANOS) NO BRASIL ENTRE 2001 E 2030
MARIANNA DE CAMARGO CANCELA - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, JONAS EDUARDO MONTEIRO DOS SANTOS - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, LEONARDO BORGES LOPES DE SOUZA - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, LUÍS FELIPE LEITE MARTINS - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, DYEGO LEANDRO BEZERRA DE SOUZA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, ANTON BARCHUK - TAMPERE UNIVERSITY, PAUL HANLY - NATIONAL COLLEGE OF IRELAND, ALISON PEARCE - THE UNIVERSITY OF SYDNEY, LINDA SHARP - NEWCASTLE UNIVERSITY, ISABELLE SOERJOMATARAM - INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER


Apresentação/Introdução
As neoplasias são responsáveis pela segunda causa de morte por Doenças Crônicas Não-Transmissíveis no Brasil. Cerca da metade das mortes por câncer no Brasil ocorrem entre indivíduos em idade economicamente ativa (até 70 anos), resultando em elevado impacto econômico para o país. A avaliação do impacto econômico auxiliar no melhoramento de políticas públicas e controle do câncer.

Objetivos
O objetivo desse estudo foi estimar os anos potenciais de vida produtiva perdidos (YPPLL) e a perda de produtividade (em US$) decorrente das mortes prematuras por todos os tipos câncer entre 2001 e 2015 e projetá-los até 2030.

Metodologia
Nós utilizamos o método do Human Capital Approach para estimar as perdas de produtividade correspondentes aos YPPLL por óbitos por câncer, definidos como a diferença entre a idade da aposentadoria e a idade do óbito. Dados de mortalidade foram obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade para o período de 2001 a 2015. Dados econômicos (salário médio anual, taxas de participação da força de trabalho e desemprego) foram obtidos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD contínua). A perda de produtividade foi calculada como sendo o valor monetário decorrente dos YPPLL. Projeções dos YPPLL e da perda de produtividade entre 2016 e 2030 também foram calculadas.

Resultados
Entre 2001 e 2030 estimamos a ocorrência de 2,3 milhões de óbitos por todos os tipos de câncer no Brasil (57% entre os homens), correspondendo a 32 milhões de YPPLL e US$127 bilhões em perda de produtividade. Estimamos que entre 2026 e 2030, os cânceres de pulmão (US$2,8 bilhões), estômago (US$2,7 bilhões) e colorretal (US$2,6 bilhões) apresentarão as maiores perdas de produtividade entre homens; entre as mulheres, as maiores perdas de produtividade serão para as neoplasias de mama (US$2,9 bilhões), colo do útero (US$1,8 bilhões) e colorretal (US$905 milhões).

Conclusões/Considerações
As mortes por câncer entre indivíduos economicamente ativos resultará em perda de produtividade de US$ 170 bilhões até 2030. A redução da prevalência de exposição aos principais fatores de riscos e a melhoria da organização dos serviços de controle do câncer são estratégias de saúde pública que podem mitigar os impactos econômicos e sociais projetados para as próximas décadas.