22/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC10.1 - INTEGRAÇÃO DAS ÁREAS DA SAÚDE COLETIVA: SITUAÇÃO DE SAÚDE E PRODUÇÃO DO CUIDADO |
39628 - CONDIÇÕES DE VIDA E SAÚDE DE CRIANÇAS QUILOMBOLAS DO MARANHÃO EM 2022: DADOS DO IQUEBEQ CRIANÇAS BRUNO LUCIANO CARNEIRO ALVES DE OLIVEIRA - UFMA, ANDRÉA SUZANA VIEIRA COSTA - UFMA, ANDRESSA RAYANE VIANA BARROS - UFMA, RENATA GABRIELA SOARES TEIXEIRA - UFMA, KENIA DE CÁSSIA MOREIRA SOARES - UFMA, VICTOR NOGUEIRA DA CRUZ SILVEIRA - UFMA, MARIA TEREZA BORGES ARAÚO FROTA - UFMA
Apresentação/Introdução O Maranhão tem o segundo maior número de comunidades quilombolas do Brasil. Crianças são uma parcela importante da população nesses lugares e, junto com idosos, são os quilombolas mais vulneráveis. As condições sanitárias e nutricionais das crianças têm importância para o ciclo de vida atual e futuro. Logo, análise de seus indicadores de vida e saúde revelar suas necessidades sociais e de saúde.
Objetivos Análise as condições de vida e saúde nutricional de crianças quilombolas em uma cidade do Maranhão.
Metodologia Estudo transversal com crianças de 5 a 9 anos e em fase escolar de 11 comunidades reconhecidas como quilombolas, pertencentes a cidade de Bequimão (região norte do estado do Maranhão). Dados da secretaria de educação apontaram total de 161 crianças. Buscou-se realizar um censo e foram coletados dados de 143 crianças no período de 18 e 26 de maio de 2022. Coletaram-se dados socioeconômicos, demográficos, de saúde e variáveis antropométricas das crianças e suas famílias. Aplicou-se também a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e Nutricional (EBIA) para se estimar a insegurança alimentar. A presença de anemia (hemoglobina <11,5 g/L) foi avaliada por meio de um hemoglobinômetro portátil.
Resultados A maioria das crianças era do sexo feminino (52,5%), de 8 e 9 anos (44,8%). O consumo de água não era tratado em 39,0% dos domicílios das crianças e 83,2% delas pertenciam as classes socioeconômicas D ou E. Foi identificada anemia ferropriva em 11,4% das crianças. O IMC para a idade estava alterado em 15,4% delas, sendo a prevalência de obesidade maior (9,8%) do que a de magreza (5,6%). O déficit de estatura para idade foi 4,9%. A ampla maioria das crianças estavam em insegurança alimentar. Essa prevalência foi de 81,8%. A forma moderara e grave dessa insegurança representou 50,3%.
Conclusões/Considerações Os resultados apontaram fragilidade das condições materiais de vida das famílias quilombolas que as crianças estão inseridas. Revelaram um cenário preocupante de insegurança alimentar que pode estar associado as carências nutricionais e alterações antropométricas verificadas. Há ampla necessidade de ações estatais para apoiar as comunidades a melhorar sua soberania nutricional e superar a pobreza.
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