SA9.3 - TECNOLOGIAS DIGITAIS EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)
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41917 - INTERVENÇÕES DIGITAIS PARA PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E AS DESIGUALDADES: ANÁLISE PRELIMINAR DO ESTUDO EGRESSOS-IC EDMAR GERALDO RIBEIRO - UFMG, LILIAN CRISTINA REZENDE - UFMG, JÚLIA BICAS BUBACK - UFMG, FABRÍCIO VITORINO DA SILVA - UFMG, HUGO SEEMANN - UFMG, GUILHERME TELLES MENDONÇA SILVA - UFMG, ROGÉRIO ADÃO BRAGA - UFMG, TULIO BATISTA FRANCO - UFF, LUISA CAMPOS CALDEIRA BRANT - UFMG, DEBORAH CARVALHO MALTA - UFMG
Apresentação/Introdução A insuficiência cardíaca (IC) é a principal causa de internações clínicas cardiovasculares no Brasil e está relacionada a desfechos adversos. As intervenções de saúde digital em cardiologia é um campo em evolução, alguns estudos mostram redução de resultados adversos em países de alta renda. As disparidades sociais podem ser uma barreira para sua implementação em ambientes de poucos recursos.
Objetivos Comparar características sociodemográficas de pacientes egressos de alta hospitalar por IC do grupo que recusou e aceitou participar de um ensaio clínico que visa avaliar a eficácia de intervenções de saúde digital para melhorar a assistência à IC.
Metodologia Trata-se de um ensaio clínico randomizado com pacientes egressos de internação por IC. Foram triados 527 pacientes em um período de 6 meses em 5 hospitais públicos em uma capital brasileira, que responderam por 73% das internações por IC na cidade. Destes, 448 não foram elegíveis, 54 recusaram participar e 79 participantes foram randomizados (43 no grupo intervenção e 36 no grupo controle). Em uma análise preliminar, comparou-se sexo, idade, raça, estado civil, escolaridade e residir dentro ou fora da capital entre aqueles que recusaram e aceitaram participar do estudo pelo teste exato de Fischer. Um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
Resultados Os indivíduos que recusaram participar do estudo eram mais velhos (69 vs. 62 anos, p<0,001), menos escolarizados (53 vs. 30% com menos de 4 anos de estudo, p=0,007), com maior proporção de indivíduos que autorreferiram sua raça como preto/pardo em relação ao branco (88 vs. 73%, p<0,05), e que residiam fora da capital (36 vs. 20%, p<0,05) do que aqueles que aceitaram. Não houve diferença entre a proporção de mulheres ou estado civil entre os grupos.
Conclusões/Considerações Intervenções digitais em saúde tem potencial para superar grandes barreiras na atenção à IC, como: acesso, adesão ao tratamento e educação em saúde. No entanto, os resultados mostram que os indivíduos mais vulneráveis socialmente se recusaram a participar do estudo. Dessa forma, estudos de intervenções digitais em saúde devem avaliar e eliminar as barreiras de modo a garantir a equidade para não aumentar as disparidades em saúde.
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