21/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC9.1 - CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE |
39340 - A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DAS TRANSFERÊNCIAS DE TECNOLOGIA NO CAMPO DAS VACINAS NO BRASIL: UMA EVIDÊNCIA NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19 GABRIELA ROCHA RODRIGUES DE OLIVEIRA - UNICAMP, MARINA AGUIAR DE OLIVEIRA - UNICAMP, JULIANA PINTO DE MOURA CAJUEIRO - FACAMP, ANA LUCIA GONÇALVES DA SILVA - UNICAMP
Apresentação/Introdução A produção pública de vacinas no Brasil, evidenciada durante a pandemia de Covid-19, está profundamente ligada à história das políticas de saúde do país. Da mesma forma, as transferências de tecnologia - pilar central da política das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) - têm se demonstrado historicamente como uma estratégia central para a capacitação dos laboratórios oficiais (LFOs).
Objetivos O objetivo foi realizar um mapeamento das rotas tecnológicas das vacinas que fizeram parte de contratos de transferência de tecnologia para LFOs antes da pandemia, identificando semelhanças entre as das vacinas contra a Covid-19 produzidas no Brasil.
Metodologia A hipótese testada foi a de que os contratos de transferência de tecnologia anteriores à pandemia foram fundamentais para a celeridade do processo de produção das vacinas contra Covid-19, ao capacitar previamente Butantan e Bio-Manguinhos com tecnologias estratégicas. Após análise de documentos de patentes, de literatura científica sobre desenvolvimento tecnológico das vacinas e da classificação dos tipos de vacina realizada pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, mapeou-se as rotas tecnológicas das vacinas produzidas por ambos os laboratórios, avaliando as tecnologias transferidas aos dois LFO mencionados e das duas vacinas contra Covid-19 (Coronavac e Astrazeneca).
Resultados A vacina Coronavac, produzida pela Sinovac Biotech, é de vírus inativado, obtida a partir de células Vero inoculadas com o SARS-CoV-2. Desenvolvimentos relacionados a vacinas para influenza também se classificam como de vírus inativados cultivados em células ou ovos, como a Fluzone, vacina desenvolvida pela Sanofi Pasteur Inc. e que foi objeto de PDP do Butantan. Já a vacina produzida pela Astrazeneca-Oxford é de vetor viral não replicante. Apesar de ser a primeira deste tipo produzida por Bio-Manguinhos, o laboratório já estava capacitado dada a sua experiência consolidada na produção de vacinas de vírus atenuado e inativado, fruto de contratos de transferência de tecnologia anteriores.
Conclusões/Considerações Confirmou-se a hipótese de que os processos de transferência de tecnologia para os laboratórios oficiais anteriores à pandemia foram essenciais para garantir a celeridade da produção nacional das vacinas contra Covid-19, uma vez que envolveram bases tecnológicas semelhantes ou próximas. Ou seja, a constância no processo de capacitação dos LFO foi essencial para a garantia de capacidade de resposta do país a uma emergência se saúde global.
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