SA8.3 - CUIDADO E POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)
|
43426 - CARTOGRAFIA DAS CONDIÇÕES DE VIDA E CUIDADOS EM SAÚDE DE MULHERES QUILOMBOLAS PÂMELA SCARLATT DURÃES OLIVEIRA - UNIMONTES, SÉRGIO VINÍCIUS CARDOSO DE MIRANDA - UNIMONTES, PATRÍCIA DE SOUSA FERNANDES QUEIROZ - UNIMONTES, LEONARDO DE PAULA OLIVEIRA - UNIMONTES, RAFAEL FERNANDES GOMES - UNIMONTES, BRUNA AMORIM SANTOS - UNIMONTES, PRISCILLA LOREDDANY SOUSA SANTOS - UNIMONTES, LUCIANA SANTOS FAGUNDES - UNIMONTES, JOÃO FELÍCIO RODRIGUES NETO - UNIMONTES, CRISTINA ANDRADE SAMPAIO - UNIMONTES
Apresentação/Introdução As condições de vida da mulher negra são dificultadas devido ao seu gênero e cor de pele, sendo acentuadas naquelas pertencentes aos grupos de baixa renda. Elas carregam em sua trajetória, marcas de uma construção social associada ao mito da subordinação e inferioridade por sua etnia, condições estas que se ressaltam quando residem em locais de difícil acesso aos serviços de saúde.
Objetivos O objetivo deste artigo é cartografar as condições de vida e cultura de cuidados em saúde de mulheres quilombolas em territórios do norte de Minas Gerais.
Metodologia Estudo do tipo relato de pesquisa, desenvolvido a partir do projeto “Situação de saúde e trabalho de famílias quilombolas rurais” do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Os dados foram coletados no período de outubro de 2018 a agosto de 2019, em 23 comunidades quilombolas do estado de Minas Gerais, por meio de entrevistas qualitativas, grupos de discussão, observação dos participantes, registros fotográficos, e diários de campo. Os participantes compreendiam mulheres (com idade ≥ 18 anos) residentes em comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Palmares. Obteve-se 78 entrevistas; para fins de análise, 20 foram selecionadas.
Resultados As mulheres participantes tinham idade entre 25 e 59 anos, casadas ou em relacionamentos estáveis, desempregadas, e com baixa escolaridade. Evidenciou- se que o viver e o cuidar, dessas, têm sua essência baseada no estilo de vida de seus ancestrais e no direito conquistado de se cuidar livremente, de poder lutar por acesso as condições de saúde de forma livre e sem medo. O valor atribuído ao cuidado à saúde relacionou- se com as tarefas domésticas e extradomiciliares atribuindo uma relação intrínseca entre saúde e trabalho. Para a mulher quilombola, saúde plena é aquela necessária para cumprir com o seu papel na comunidade, para trabalhar, produzir, cuidar da família, e atingir felicidade.
Conclusões/Considerações Ao investigar o significado do cuidado foi evidenciando que a cultura influencia as práticas de cuidados e a coletividade, sendo o trabalho e a liberdade para se expressar os principais alicerces de uma vida saudável. Constatou- se que, nessa cultura, o cuidado é inerente ao gênero feminino. Identificou-se a presença de dificuldades de acesso a bens e serviços. Esse trabalho se apresenta inovador, considerando a carência de estudos sobre essa temática.
|