SA8.3 - CUIDADO E POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)
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42543 -  “QUEM ME PROTEGE É DEUS, NÃO É MÁSCARA NÃO”: CUIDADO DE SI, RELIGIÃO E FÉ ENTRE PESSOAS COM DIABETES EM TEMPOS DE COVID-19 LAURA NAGGIAR GIOVANONI - UNESP, PPG SAÚDE COLETIVA, ANTONIO DE PADUA PITHON CYRINO - UNESP, FACULDADE DE MEDICINA, DEPTO DE SAÚDE PÚBLICA
Apresentação/Introdução A pandemia da Covid-19 trouxe questões muito preocupantes para aqueles que sofrem uma doença crônica, como o diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Pois, além do cuidado de si cotidiano, dos riscos e complicações próprios desta condição, em função da pandemia de covid-19, também tiveram que lidar com a maior vulnerabilidade ao Covid-19.
Objetivos Reconhecer os campos problemáticos que as pessoas que vivem com DM2 experienciaram para realizar o cuidado de si, durante a pandemia de covid-19; bem como, as práticas adotadas para lidar com tais dificuldades.
Metodologia Trata-se de pesquisa de natureza qualitativa realizada durante a pandemia de Covid-19, em 2020. As técnicas de produção de dados adotadas foram o caderno de campo e entrevistas semiestruturadas realizadas por telefone, dado o isolamento social. O uso do telefone exigiu maior atenção à elementos que, possivelmente, em outros contextos, passariam desapercebidos, como os sons ao fundo da ligação, uma televisão que era desligada para não atrapalhar a conversa, o abrir e fechar de portas, as descrições de suas casas que constituíram o local ou o “ambiente da pesquisa”. Foram realizadas sete entrevistas, as quais foram transcritas na integra e submetidas a análise temática de conteúdo.
Resultados A relação entre uma perspectiva apocalíptica da pandemia de Covid-19 e as dificuldades econômicas a que parcela representativa da sociedade foi relegada ao longo da crise sanitária não poderia deixar de colocar a religião, a fé, a religiosidade, e, consequentemente, as igrejas e templos como importantes atores da experiência pandêmica. A dimensão da religião e da fé revelou como parte da experiência dos interlocutores, expressando-se, a princípio, a partir de duas facetas: uma espécie de oposição entre a proteção contra a contaminação pelo vírus oferecida pela adoção das medidas sanitárias e a proteção divina; e a expressão de uma tensão entre a liberdade de culto e as restrições sanitárias.
Conclusões/Considerações O estudo dá voz aos interlocutores sobre o tema de sua perspectiva e de como o vivenciaram. A face dupla expressa, nos remete às dimensões individuais e sociais da pandemia, que marcou a todos e a cada um, suscitando debates e reflexões acerca das medidas de contenção da disseminação do coronavírus adotadas (ou negadas) pelas autoridades sanitárias, e as formas como as orientações repercutiram na vida dos interlocutores.
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