Sessão Assíncrona


SA8.3 - CUIDADO E POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)

41441 - ESTIGMA DA COMUNIDADE RELACIONADO À HANSENÍASE EM DOIS MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE POPULACIONAL NO INTERIOR DA BAHIA
KAIC SANTOS SILVA PEREIRA - UFC, ELIANA AMORIM DE SOUZA - UFBA, ALBERTO NOVAES RAMOS JR - UFC, HÉLLEN XAVIER OLIVEIRA - NHR, GABRIELA SOLEDAD MÁRDERO GARCÍA - UFC, ANDERSON FUENTES FERREIRA - UFC, JAQUELINE CARACAS BARBOSA - UFC


Apresentação/Introdução
Estigma é um atributo que marca a pessoa e a torna “diferente” de outras gerando, dentre outros sentimentos, a desaprovação. Algumas doenças são geradoras de estigma, como a hanseníase. Trata-se de uma condição crônica e infecciosa, com potencial de gerar incapacidade, deformidade e deficiência física, potencializando a ocorrência de estigma, com risco de progressão da doença e maior transmissão.

Objetivos
Caracterizar a ocorrência de estigma da comunidade em relação à hanseníase e os seus níveis em contextos de municípios de pequeno porte populacional do interior da região sudoeste do estado da Bahia.

Metodologia
Trata-se de estudo epidemiológico transversal descritivo, conduzido com 103 pessoas residentes nos municípios de Anagé e Tremedal. Todas eram maiores de 18 anos de idade, sem diagnóstico da doença e sem limitações cognitivas ou intelectuais. O reconhecimento e a quantificação do estigma foram baseados na escala de estigma Explanatory Model Interview Catalogue Community (EMIC-CSS). Voltada para a comunidade, avalia a atitude frente às pessoas acometidas pela hanseníase e foi recentemente adaptada transculturalmente no português do Brasil. Aplicou-se instrumento para caracterização sociodemográfica da população estudada, realizando-se na sequência a análise do estigma segundo essas variáveis.

Resultados
O presente estudo foi realizado em 103 pessoas, sendo a maioria do sexo feminino (64,08%, n=66), pardas (60,19%, n=62), com média de idade de 46,8 anos. A maior parte dos pesquisados mora ou morou na mesma casa com o caso de hanseníase (91,26%, n=94). Os escores da EMIC-CSS variaram de 0 a 30 pontos, com média de 12,44 (IC95%: 10,95–13,93). Verificou-se que a maioria das pessoas apresentou algum nível de estigma (97,09%), com associação estatisticamente significativa entre maior nível de estigma com o fato de morar com uma pessoa com diagnóstico de hanseníase (p=0,023).

Conclusões/Considerações
O estigma na comunidade relacionado à hanseníase foi reconhecido nesses municípios baianos de pequeno porte, apresentando-se em diferentes níveis na população de estudo. A ocorrência de estigma entre pessoas que moram ou já moraram com outras acometidas pela doença gera a necessidade de os serviços de saúde qualificarem a abordagem junto a contatos, discutindo além das ações de vigilância e controle, aspectos relacionados à superação do estigma.