Sessão Assíncrona


SA8.3 - CUIDADO E POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)

40579 - PERFIL DE MORTALIDADE DOS POVOS INDÍGENAS COBERTOS PELO DISTRITO SANITÁRIO ESPECIAL INDÍGENA- BAHIA, 2018 A 2019
VANESSA CARVALHO SANTOS - UFBA, MILENA MARIA CORDEIRO DE ALMEIDA - UFBA


Apresentação/Introdução
Nascer indígena no Brasil é carregar o estigma de que você terá mais chances de não conseguir completar o seu primeiro ano de vida e de morrer por doenças de causas evitáveis. As constantes violações dos direitos já garantidos, atribuídos a luta pela garantia da demarcação dos seus territórios, também culminam nas desigualdades em saúde vivenciadas pelos povos indígenas no Brasil.

Objetivos
Descrever o perfil de mortalidade da população Indígena coberta pelo Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia, no período de 2018 a 2019.

Metodologia
Estudo transversal, de caráter exploratório e descritivo, com dados secundários dos óbitos registrados no Sistema de Informação de Saúde Indígena (SIASI) da população coberta pelo DSEI Bahia nos anos de 2018 e 2019. Foram estimados os coeficientes de mortalidade (CM) segundo diagnósticos (Capítulos CID-10), por faixa etária.

Resultados
Foram registrados 131 óbitos de indígenas cadastrados no SIASI na Bahia, no período de 2018 a 2019. A principal causa de morte entre os indígenas de 0 a 19 anos foram às afecções originadas no período perinatal (CM: 1,6/10.000) em 2018, e o dobro do risco em 2019 (3,2/10.000). Nas idades igual ou superior a 20 anos, a principal causa de óbito foram as doenças do aparelho circulatório, em 2018 e 2019, sendo que a mortalidade na faixa etária de 50 anos ou mais (CM:16,0/10.000 em 2018 e 19 /,010.000 em 2019) foi cerca de 8 vezes superior à dos indivíduos de 20 a 49 anos (CM:2,1/10.000 em 2018 e CM:2,0/10.000 em 2019).

Conclusões/Considerações
Os dados sobre o perfil de mortalidade da população indígena da Bahia indicam que mesmo em meios aos avanços e direitos garantidos relacionados à saúde indígena, persistem as dificuldades relacionadas ao subregistro e subdiagnóstico dos óbitos entre indígenas, o que tende a impactar na produção de estimativas comparáveis com outras populações.