Sessão Assíncrona


SA8.3 - CUIDADO E POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)

39434 - O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E SOCIOCULTURAL DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DAS MULHERES ADEPTAS DE RELIGIÃO AFRO-BRASILEIRA DA ZONA NORTE DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
GABRIELLE CARDOSO DO NASCIMENTO - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO, ALDIRA SAMANTHA GARRIDO TEIXEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, GABRIEL SANTOS DA SILVA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, JADE DO NASCIMENTO PECENE - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, JULIANA AMARAL PRATA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, MAIARA LORRAINE CORREA DA SILVA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, RAFAEL DA ROCHA DUTRA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, RICARDO JOSÉ OLIVEIRA MOUTA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Apresentação/Introdução
A diversidade sociocultural é uma questão crucial ao discutir acessibilidade, eficácia e prestação de cuidados em saúde. Considerando a liderança feminina, maioria nos espaços de religião afro-brasileira, surgiu a necessidade de discutir suas condições de saúde, de acordo com os princípios norteadores da atenção às mulheres de acordo com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.

Objetivos
Identificar o perfil epidemiológico e sociocultural das condições de saúde das mulheres adeptas da religião afro-brasileira em terreiros localizados na zona norte do município do Rio de Janeiro.

Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico e sociocultural, transversal, exploratório, descritivo e de abordagem quantitativa. Devido a pandemia iniciada em março de 2020, os instrumentos da coleta de dados foram adaptados para o modo formulário eletrônico. Participaram da pesquisa 398 mulheres adeptas de religião afro-brasileira, recrutadas através da técnica de Bola de Neve Virtual (virtual snowball; snowball sampling). Os dados obtidos foram selecionados, categorizados e tabulados eletronicamente no Microsoft Excel Starter 2010 para uma melhor representação e verificação da relação entre as informações obtidas.

Resultados
Identificou-se que o perfil é de mulheres brancas, umbandistas há mais de 10 anos, na faixa etária entre 30 e 50 anos de idade, solteiras, heterossexuais, com ensino superior completo, vivendo em moradia própria sob condições adequadas de saneamento básico, trabalhando de carteira assinada com renda mensal de 1 a 3 salários mínimos por mais de 40 horas semanais, com acesso aos serviços de saúde, embora apontem problemas no acesso à informações sobre as principais doenças que acometem o sexo feminino, tais como o câncer de colo de útero e de mama. No estudo, 208 (52,26%) participantes responderam ter problemas de saúde, sendo a hipertensão arterial a comorbidade mais frequente.

Conclusões/Considerações
Evidenciou-se que o perfil da população de terreiros sofreu mudanças ao longo dos anos, permitindo a melhor compreensão e superação da barreira da intolerância religiosa e da falta de informação no cuidado a essa população, corrigindo as distorções ideológicas que ainda existem no sistema de saúde, além de enriquecer as publicações na área da saúde da mulher diante da escassez de trabalhos publicados sobre esse tema.