SA8.2 - A DIVERSIDADE EPISTEMÓLOGICA NA SAÚDE COLETIVA (TODOS OS DIAS)
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43857 - SAÚDE, DOENÇA E CUIDADO NA PERSPECTIVA DOS ACADÊMICOS INDÍGENAS INGRESSANTES NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS NELSON FILICE DE BARROS - UNICAMP, ÉRICA SOARES ASSIS - UNICAMP, RAFAEL AFONSO DA SILVA - UNICAMP, PAULO AFONSO MARTINS ABATI - UNICAMP, LUCIENE VALÉRIO RODRIGUES - UNICAMP, TATIANE PRADO ARANTES - UNICAMP, YURICA OLIVEIRA GALVAO DA SILVA - UNICAMP, VERÔNICA FABRINI MACHADO DE ALMEIDA - UNICAMP, VANESSA DA SILVA LOPES - UNICAMP, RAMOEL MASSI MARIANO - UNICAMP
Apresentação/Introdução O vestibular indígena na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) teve início em 2018. Com a presença dos estudantes indígenas têm sido criadas fronteiras interculturais que precisam ser compreendidas, pois mesmo a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas ignora os sentidos atribuídos aos eventos da saúde, doença e cuidado pelos diferentes povos indígenas.
Objetivos Compreender os sentidos atribuídos à saúde, doença e cuidado, pelos estudantes indígenas de diferentes etnias ingressantes do vestibular indígena da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Metodologia A metodologia da investigação é qualitativa e a matriz teórico-metodológica que orientas as diferentes etapas do projeto é dos Estudos Culturais. Por meio do co-labor, entre pesquisadores e participantes, desenvolvemos um conjunto de ações assentadas na interculturalidade (abertura para o encontro entre diferentes culturas em busca de aprendizagem mútua), interepistemicidade (abertura para os diferentes conhecimentos e sua coexistência) e decolonialidade (relações que não imponham controle e assimetria). O planejamento-execução das ações é feito em conjunto por todos, os registros das experiências é feito em vídeo e as análises realizadas em rodas de conversa crítico-reflexivas.
Resultados As narrativas construídas coletivamente geraram um conhecimento comum entre os pesquisadores e os participantes e não dos pesquisadores sobre os sentidos atribuídos pelos participantes, em relação à saúde, doença, cuidado. A pesquisa está marcada pelo contexto da pandemia da Covid-19 e nas ações coletivas realizadas o debate predominante foi sobre os sentidos do cuidado. Embora os participantes sejam de etnias e regiões diferentes do Brasil, há importantes semelhanças nos sentidos que atribuíram ao cuidado físico e psíquico recebido na universidade, ao qual, invariavelmente, atribuíram o sentido de descuido de suas principais necessidades.
Conclusões/Considerações A prática do co-labor tem fomentado relações e articulações entre as diferentes epistemologias, construindo metodologias e pedagogias que sustentem a nova geopolítica do conhecimento na Universidade Estadual de Campinas. A convergência dos conhecimentos de não indígenas e indígenas tem possibilitado aprendizagens mútuas para a construção de mundos mais equânimes e baseados na coexistência das diferenças ontológico-existenciais.
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