Sessão Assíncrona


SA8.2 - A DIVERSIDADE EPISTEMÓLOGICA NA SAÚDE COLETIVA (TODOS OS DIAS)

43635 - ENCONTROS DE SABERES DO NEEPES A PARTIR DE METODOLOGIAS SENSÍVEIS CO-LABOR-ATIVAS: APROXIMANDO ACADEMIA E LUTAS SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTOS
MARINA TARNOWSKI FASANELLO - NEEPES/FIOCRUZ, MARCELO FIRPO PORTO - NEEPES/FIOCRUZ, JULIANO LUIS PALM - NEEPES/FIOCRUZ, 10. DIOGO FERREIRA DA ROCHA - NEEPES/FIOCRUZ, ANA PAULA CAVALCANTI - NEEPES/ENSP/FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
Os Encontros de Saberes do Neepes/Fiocruz representam uma estratégia prática para a construção compartilhada de agendas e questões de pesquisa, de trocas/compartilhamentos de experiências e referenciais conceituais que apoiem as lutas sociais e processos emancipatórios por saúde, dignidade e direitos territoriais no campos e cidades. O trabalho apresenta avanços obtidos nos últimos quatro anos.

Objetivos
O objetivo é construir as bases teórico-metodológicas para uma promoção emancipatória da saúde com a interação entre agentes que atuam na academia, em movimentos sociais e comunidades em diferentes territórios com saberes e experiências concretas.

Metodologia
Os Encontros de Saberes aprofundam condições e potencialidades de diálogos interdisciplinares e interculturais com sujeitos sociais como povos e comunidades tradicionais (indígenas, camponeses e de matriz africana) e de periferias urbanas (Sem Teto e Favelas). Todos articulam pluriagendas e lutas antirracistas, feministas, cuidado comunitário e outras epistemologias, a partir de metodologias sensíveis co-labor-ativas, com a interação e o diálogo entre linguagens científicas, artísticas e populares, incluindo as poético-musicais, imagéticas e audiovisuais, a produção de documentários e a construção de redes sociotécnicas de pesquisa e ação em torno de territórios e lutas sociais concretas.

Resultados
Foram realizados dois Encontros em 2018 e 2019 que construíram as bases e prioridades de questões de pesquisa, territórios e grupos populacionais que conformaram projetos de pesquisa desenvolvidos nos anos seguintes. Destacamos aqui três: com o povo Mundukuru no Médio Tapajós (PA); o Movimento dos Sem Teto da Bahia e uma organização comunitário (CEM) que atua em favelas no Rio de Janeiro; e com coletivos audiovisuais indígenas do Nordeste. Apesar das lutas sociais envolverem contextos de tantas desigualdades e exclusões radicais, o tema da alimentação e da agroecologia e da ancestralidade surgem como transversais na construção de territórios sustentáveis, saudáveis, inclusivos e resilientes.

Conclusões/Considerações
Ante às ameaças em curso, é desafiante promover a co-presença de movimentos sociais e comunidades dentro da academia para o diálogo entre saberes e práticas, tanto científicos como tradicionais, envolvendo campos como a saúde coletiva, a ecologia política e a agroecologia. As experiências interdisciplinares, interculturais e intersetoriais de pesquisa colaborativa têm avançado para a descolonização da academia e seu papel na emancipação social.