SA8.2 - A DIVERSIDADE EPISTEMÓLOGICA NA SAÚDE COLETIVA (TODOS OS DIAS)
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42037 - "SÓ DEPOIS DE APRENDER A TRADIÇÃO". UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA DA RESISTÊNCIA INDÍGENA CONTRA A COLONIZAÇÃO DOS SABERES EM SAÚDE. DIÁDINEY HELENA DE ALMEIDA - PREFEITURA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO/DISH-ENSP
Apresentação/Introdução Refletir sobre a diversidade de concepções de saúde sugere considerar diversos modos de viver e entender-se no mundo, assim como indica considerar um longo processo de colonização em torno das práticas de curas. Implica também pensar nas doenças, do corpo e do espírito, que atravessam o cotidiano de comunidades indígenas que recorrem aos serviços de saúde.
Objetivos Pensar a saúde intercultural no campo das práticas em torno da doença e das práticas de cura, considerando que as concepções de saúde são múltiplas e que estas interferem nas expectativas dos doentes, assim como no resultado dos cuidados.
Metodologia Trata-se de um artigo produzido a partir de um projeto/edital da Fiocruz para uma publicação com autorias indígenas intitulado: "Diversidade de Vozes dos Territórios Indígenas: Saúde Silenciada".
O artigo faz um debate bibliográfico apresentando o debate da saúde intercultural, incluindo publicações feitas por indígenas apresentando seus conceitos e suas concepções de corpo, saúde e doença.
Compreendendo a saúde indígena a partir de suas especificidades, o texto apresenta brevemente o processo histórico da institucionalização da ordem médica no Brasil e a desautorização oficial de práticas de cura envolvendo os cuidados com o corpo e saberes de saúde e de doença fora do âmbito da medicina.
Resultados Os processos de curas indígenas persistem, apesar da hegemonia médica, assim como os desafios colocados para a realização de um diálogo intercultural em saúde.
Importante destacar que a validação dos saberes indígenas para os indígenas não tem relação com a visão estigmatizante que a história oficial a relegou e continua reproduzindo, mas é repleta de narrativas, conceitos e de significados que são compartilhados coletivamente e que possuem contextos específicos para cada povo.
Conclusões/Considerações A atitude de conhecer, compreender, respeitar e dialogar está no cerne deste equilíbrio e de um diálogo para a saúde intercultural, e é o único caminho para efetivar o direito à saúde em contextos culturais diferenciados.
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