Sessão Assíncrona


SA8.2 - A DIVERSIDADE EPISTEMÓLOGICA NA SAÚDE COLETIVA (TODOS OS DIAS)

42030 - ARTE, CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM SAÚDE E DIÁLOGOS INTERCULTURAIS
LORENA PORTELA SOARES - ENSP/FIOCRUZ, MARCELO FIRPO PORTO - NEEPES/ENSP/FIOCRUZ, MARINA FASANELLO - NEEPES/ENSP/FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
Repensar as bases conceituais e metodológicas que orientam o campo da saúde tem se mostrado uma necessidade frente à complexidade das crises ambientais, sociais, culturais e políticas de nosso tempo. O relato se inscreve na pesquisa conduzida no doutorado em saúde pública na Ensp/Fiocruz, apresentando os resultados alcançados entre 2020 e 2022.

Objetivos
Investigar a contribuição da arte na construção do conhecimento em saúde coletiva; identificar relações entre arte e saúde anteriores no campo; analisar novas possibilidades de abordagem teórico-metodológica envolvendo artes plásticas.

Metodologia
Entre março de 2020 e março de 2022 foi realizada revisão bibliográfica de publicações da saúde coletiva voltadas à temática da arte e da construção compartilhada de conhecimentos junto a grupos populares ou em vulnerabilidade. Também foram investigadas as metodologias sensíveis e visuais utilizadas no âmbito do movimento agroecológico do Brasil, a partir de publicações da Associação Brasileira de Agroecologia e da Articulação Nacional de Agroecologia, referências no que tange às metodologias baseadas na arte e nas expressões sensíveis em processos de construção coletiva e de comunicação popular, visando identificar novos caminhos possíveis na construção de pesquisas na saúde.

Resultados
Conexões com a arte desde a saúde são protagonizadas pela área da saúde mental, desde Nise da Silveira, pioneira na inclusão da arte no cuidado à pessoas em sofrimento mental até o movimento da Reforma Psiquiátrica brasileira. Já no campo agroecológico as metodologias artísticas são amplamente utilizadas, sobretudo as instalações artístico pedagógicas, os rios do tempo/ da vida e as facilitações gráficas. Elas se conectam às práticas históricas de movimentos populares, cumprindo papéis de registro e memória coletiva e de abordagem temática diversificada. Identificou-se que essas metodologias ainda tem aplicação muito incipiente e restrita dentro das produções científicas da saúde coletiva.

Conclusões/Considerações
Metodologias que envolvem arte contribuem para explicitar a diversidade de conhecimentos dos participantes da pesquisa conectando os sentidos das suas lutas por direitos, saúde e dignidade, sonhos e inovações. Expressões artísticas da pintura e suas possibilidades (grafite, painéis, instalações, desenhos e outros) são elementos constituintes do processo investigativo que podem apoiar diálogos interculturais entre academia e movimentos populares.