SA8.2 - A DIVERSIDADE EPISTEMÓLOGICA NA SAÚDE COLETIVA (TODOS OS DIAS)
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41993 - PSICOLOGIA, POVOS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS: PISTAS PARA UM FORMAÇÃO DECOLONIAL EM SAÚDE COLETIVA JULIA COSTA DE OLIVEIRA - UFMG, AMANDA BARBOSA VEIGA DOS SANTOS - UFMG, ÁQUILA BRUNO MIRANDA - UFMG, CAMILLA GABRIELLE GOMES VIEIRA - UFMG, LUCAS LUIS DE FARIA - UFMG, LUCAS FURIATI DE OLIVEIRA - UFMG, CLAUDIA MAYORGA - UFMG
Período de Realização A disciplina está sendo realizada entre março e julho de 2022.
Objeto da experiência Disciplina optativa construída no curso de graduação em psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Objetivos Contribuir para a formação de profissionais da psicologia, considerando as possibilidades de atuação no contexto da saúde coletiva junto a povos indígenas e quilombolas, a partir do diálogo de saberes.
Metodologia A disciplina foi construída entre 6 estagiários em docência do Programa de Pós Graduação em Psicologia da UFMG e a professora orientadora. A ementa foi organizada em 3 unidades: na primeira, abordamos os conceitos de raça, racismo e decolonialidade; na segunda, discutimos potências e desafios da atuação de psicólogas junto a povos indígenas e quilombolas, a partir dos conflitos socioambientais, a educação e a saúde coletiva; na última, debateremos os movimentos de resistência desses povos.
Resultados As aulas acontecem de modo dialogado entre 25 estudantes e docentes. Na unidade 1, modificamos a proposta inicial pela oportunidade de visitarmos a Feira Abya Yala, primeira feira indígena e migrante da cidade. Nesse encontro, foi possível ouvir lideranças indígenas. Na aula seguinte, convidamos, remotamente, mulheres quilombolas para o diálogo. Na primeira avaliação, estudantes trouxeram diversos artistas indígenas e quilombolas, com produções potentes que serão consolidadas em algum produto
Análise Crítica A construção coletiva entre os/as docentes permite que diversas trajetórias de pesquisa e militância confluam. Priorizar referências com autoria de povos indígenas e quilombolas, e dialogar diretamente com esses povos, tem sido essencial para deslocar os saberes hegemônicos da psicologia. Com isso, os conceitos de saúde e saúde mental foram interpelados e ampliados, ao compreendermos o território, a luta pela terra e a espiritualidade como essenciais para a promoção de cuidado
Conclusões e/ou Recomendações Estudantes pontuaram a relevância da disciplina, pela defasagem na grade curricular de conteúdos críticos sobre raça e etnia. Esse espaço - inédito no curso de psicologia da UFMG - tem contribuído para reflexão decolonial acerca da atuação das psicólogas junto a povos indígenas e quilombolas na saúde coletiva. Recomendamos a ampliação dessas discussões nos cursos da saúde, como eixo central da formação, e não apenas como disciplinas optativas.
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