Sessão Assíncrona


SA8.2 - A DIVERSIDADE EPISTEMÓLOGICA NA SAÚDE COLETIVA (TODOS OS DIAS)

40122 - HIPERCONEXÕES E ENREDAMENTOS NA PANDEMIA: CONTRIBUIÇÕES DE SABERES TRANSFRONTEIRIÇOS PARA O CUIDADO AMPLIADO E DEMOCRÁTICO
RENI BARSAGLINI - ISC-UFMT


Apresentação/Introdução
A pandemia da Covid-19 trouxe impactos econômicos, políticos, sociopsicológicos, educacionais, tecnológicos, éticos; repercutindo desigualmente na saúde e no cuidado de pessoas, famílias, grupos, organizações, empresas, governos, países. O novo coronavírus forçou a ver e aprender como cada entidade do planeta (humanos e não-humanos) se integra compondo o coletivo, esmaecendo supostas fronteiras.

Objetivos
Refletir sobre a pandemia analisando-a como fenômeno coerente com um contexto de desfronteirização e enredamentos entre humanos e não humanos que demandam o cuidado relacional, ampliado e democrático.

Metodologia
Parte-se da visão de ambiente e as relações enredadas, em fluxo e transfronteiriças para compreender a emergência, a difusão/disseminação, a persistência (cronificada) e o cuidado na pandemia da Covid-19 em que interagem elementos heterogêneos (vírus, tecnologias, pessoas, instituições, instrumentos, insumos, políticas etc.) hiperconectados, em contínua mobilidade performando a realidade. Para tanto, neste ensaio são combinadas e em articulação, as contribuições da Teoria do Ator Rede (TAR) e da epistemologia decolonial transfronteiriça baseada em literatura pertinente.

Resultados
O mundo veloz de circulações transfronteiriças entre humanos e não humanos (mercadorias, tecnologias, serviços, pessoas, informações, vírus), oportunizou a pandemia no contexto hiperglobalizado. Estes elementos integram-se em redes sociotécnicas híbridas: técnica, semiótica, virtual, social, econômica, política, científica, tecnológica, natural. Pelo olhar em rede a Covid-19 é crônica no coletivo: de ciclo individual curto e agudo, na população é de longa duração. Mesmo como endemia, surto e qualquer abrangência, coexistiremos com o vírus (e vindouros). Contexto evocador do cuidado multidimensional, equânime, solidário que reconheça a interdependência nos detalhes da vida concreta conectada.

Conclusões/Considerações
O enredamento e hiperconectividade dos elementos humanos e não humanos ganharam relevo na pandemia pela qual vírus, pessoas, tecnologias, política e ciência mostraram sua indissociabilidade. Da mesma forma, demanda-se o cuidado não só técnico e relegado ao âmbito privado, mas democrático (técnico, ético, político) requerendo co-responsabilidades coletivas e olhares, pensares e fazeres ampliados interepistêmicos, transfronteiriços.