Sessão Assíncrona


SA8.2 - A DIVERSIDADE EPISTEMÓLOGICA NA SAÚDE COLETIVA (TODOS OS DIAS)

39929 - TRAZER A CORPOREIDADE E A FILOSOFIA AFROPERSPECTIVISTA PARA (RE)PENSAR A PROMOÇÃO DE SAÚDE EA INTEGRALIDADE EM SAÚDE
MÔNICA DE REZENDE - UFF, JOSÉ HENRIQUE DE SOUZA - UTAD/PT


Período de Realização
De agosto/21 a junho/22, dividida em 2 partes: (1) aproximação e construção e (2) realização.

Objeto da experiência
Elaboração e realização da Disciplina "Corporeidade e Promoção da Saúde” no Mestrado Acadêmico de Saúde Coletiva do ISC/UFF.

Objetivos
Pensar a noção de corporeidade a partir de elementos que compõem a Dança Integrativa; Discutir de que forma a cosmovisão africana pode ajudar a pensar outros caminhos para a saúde. Refletir sobre a Promoção da Saúde tendo como base outros referenciais que constituem uma ecologia de saberes.

Metodologia
A Dança Integrativa baseia-se na filosofia de Matriz Africana e seu ponto de partida é a construção do Mapa Vital dos sujeitos, a partir da data de nascimento. Se utiliza de técnicas da etnomatemática para identificar os odus e os orixás que regem cada um de nós. Daí são trabalhados os movimentos. Na disciplina, buscamos mobilizar esses diversos saberes para pensar a saúde a partir da forma como nos constituímos e nos expressamos no mundo, reconhecendo o corpo como espaço da experiência do ser.

Resultados
Organizamos o conteúdo em 5 tópicos: Dança Integrativa, Filosofia afro-perspectiva, as noções de corpo-terreiro e corpo-território, mito e encantamento, e promoção da saúde. Para cada um deles, selecionamos autores e textos. Iniciamos as aulas com vivências rítmicas/corporais. As vivências e a forma de trabalhar os textos eram sempre mobilizadas pelo que experimentávamos e sentíamos nos encontros anteriores. A construção do Mapa Vital das alunas foi sendo feita ao longo do período da disciplina.

Análise Crítica
Desafiador experimentar essa disciplina no modo ensino remoto, imposto pela Covid-19. Como experimentar e trocar sobre a corporeidade, em vivências, por detrás das câmeras? Como entender se as dificuldades encontradas eram por conta dos limites trazidos pelo distanciamento e pelo vídeo? Sem certezas. Mas o pouco número de inscritas e a metodologia de ir construindo as atividades a partir do que sentíamos na interação em sala de aula nos ajudou a estabelecer vínculos fortes e relações afetuosas.

Conclusões e/ou Recomendações
A disciplina é parte do trabalho que estamos desenvolvendo para (re)pensar a saúde a partir de outros referenciais culturais e cosmológicos. Não pretendemos ensinar conceitos fechados e respostas prontas. Entendemos as aulas como terreiros – espaços de encantamento donde surgem novas possibilidades. Precisamos ampliar entendimentos e sentires para construirmos políticas públicas de saúde que abarquem a diversidade das populações brasileiras