SA8.2 - A DIVERSIDADE EPISTEMÓLOGICA NA SAÚDE COLETIVA (TODOS OS DIAS)
|
39860 - ENFERMEIRAS NEGRAS E O RACISMO INSTITUCIONAL NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA ROBERTA GEORGIA SOUSA DOS SANTOS - UERJ, MARISA PALÁCIOS DA CUNHA DE MELO DE ALMEIDA REGO - UFRJ
Apresentação/Introdução A história é composta por muitas enfermeiras negras que compuseram e ainda compõem a história e que tem importância política, apresentando-se para diferentes serviços de saúde. Este estudo se desenvolve acerca de histórias de enfermeiras atuantes no cenário da Estratégia de Saúde da Família que sofreram racismo no exercício de suas funções.
Objetivos • Analisar as falas das enfermeiras (o) negras (o) que relataram vivenciar situações de racismo no ambiente de trabalho.
Metodologia Pesquisa de campo com abordagem qualitativa, com aprovação dos Comitês de Ética e Pesquisa do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Secretária Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, com o parecer nº 3.250.448 e CAAE: 98979218.7.3001.5279. A coleta de dados foi realizada com entrevista semi estruturada para 15 participantes da pesquisa. O processo de coleta de dados desta tese sofreu influência direta do: estado de greve dos profissionais (2019) da transição das Organizações Sociais de Saúde no RJ e pela situação de distanciamento/isolamento social (2020). Para analisar os dados, foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin.
Resultados A necessidade de desenvolver este tema surgiu através da análise do material coletado onde dos 15 participantes da pesquisa, 05 enfermeiras e 01 enfermeiro, relataram de maneira natural durante as suas entrevistas que nunca haviam cometido atos racistas aos seus usuários na Estratégia de Saúde da Família, mas que já haviam sofrido com o racismo vindo por parte dos usuários, através de situações diretas e indiretas. Exemplo: “Não vou ser atendido por essa negrinha aí não, eu quero um médico agora, se não eu vou falar com o gerente”. PEnf 7
Conclusões/Considerações Considerando que vivemos numa sociedade racista, a instituição que não se posicionar de maneira antirracista, com ações de combate a práticas racistas internas e as desigualdades sociais que assolam a população negra, estarão contribuindo para perpetuação da falsa democracia racial em que estamos mergulhados e com relatos de sofrimento, raiva e constrangimento e humilhação no ambiente de trabalho, como relatado por essas (e) enfermeiras (o).
|