SA8.2 - A DIVERSIDADE EPISTEMÓLOGICA NA SAÚDE COLETIVA (TODOS OS DIAS)
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39278 - DESIGUALDADE SOCIOECONÔMICA, MOBILIDADE SOCIAL E DISCRIMINAÇÃO RACIAL NA PERDA DENTÁRIA EM ADULTOS DA COORTE DE NASCIMENTOS DE 1982 DE PELOTAS-RS SARAH ARANGUREM KARAM - UFPEL, HELENA SILVEIRA SCHUCH - UFPEL, FLÁVIO FERNANDO DEMARCO - UFPEL, MARCOS BRITTO CORREA - UFPEL
Apresentação/Introdução No Brasil, dados do último levantamento nacional de saúde bucal, apontaram que adultos na faixa dos 35 a 44 anos apresentavam em média 7,48 dentes perdidos. Evidências sugerem que condições socioeconômicas desfavoráveis influenciam negativamente a saúde bucal, como a perda dentária. A partir disso, discute-se a interação entre renda, escolaridade e raça/etnia nos desfechos de saúde bucal.
Objetivos Analisar a prevalência da perda dentária por lesões cariosas segundo discriminação racial, condições socioeconômicas e mobilidade social da infância a fase adulta em participantes de uma coorte de nascimento ao sul do Brasil.
Metodologia Estudo longitudinal com dados dos acompanhamentos perinatal, 30 anos e saúde bucal aos 31 anos da Coorte de Nascimentos de 1982 de Pelotas. O desfecho é a perda dentária (Não/Sim) devido a lesões cariosas aos 31 anos, sendo considerado a perda de pelo menos um dente. Os estratificadores utilizados são sexo (Masculino/Feminino), cor da pele (Branca/Preta e Parda), escolaridade (0-4, 5-8, 9-11 e ≥12 anos de estudo), renda familiar (Tercis), discriminação racial (Não/Sim) e mobilidade social (Trajetória de pobreza do nascimento aos 30 anos). Os testes estatísticos realizados foram teste Chi-quadrado e Regressão de Poisson, com Razões de Prevalência (RP) e Intervalo de Confiança de 95% (IC95%).
Resultados A prevalência de perda dentária foi 30% maior (RP 1,29 [IC95% 1,07-1,57]) entre os indivíduos autodeclarados pretos/pardos em comparação aos brancos. Sendo 40% mais prevalente entre os participantes que declararam sofrer discriminação racial (RP 1,40 [IC95% 1,07-1,84]). A prevalência de perda dentária foi 50% maior em quem sempre esteve na pobreza (RP 1,51 [IC95% 1,17-1,95]), ou possuiu um episódio de pobreza ao longo da vida (RP 1,51 [IC95% 1,20-1,89]) em comparação a quem nunca foi pobre. Houve maior prevalência de perda dentária nos indivíduos pretos/pardos nas categorias de maior escolaridade, tercil mais rico e naqueles que nunca foram pobres em comparação aos brancos (p <0,05).
Conclusões/Considerações Os achados deste estudo quantificam a prevalência de perda dentária nos diferentes grupos socioeconômicos. Porém, maiores prevalências de perda dentária são encontradas entre os indivíduos autodeclarados com cor da pele preta/parda independente de pertencerem a um nível socioeconômico mais alto, assim a diferença observada pode ter sido determinada por contextos sociais discriminatórios que aumentam a vulnerabilidade de grupos populacionais.
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