SA8.2 - A DIVERSIDADE EPISTEMÓLOGICA NA SAÚDE COLETIVA (TODOS OS DIAS)
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38752 - “PERTENÇO IRREDUTIVELMENTE À MINHA ÉPOCA”: DIÁRIOS DE CAMPOS NO FAZER-PESQUISA EM SAÚDE COLETIVA MANOEL NOGUEIRA MAIA NETO - UFRB, JEANE SASKYA CAMPOS TAVARES - UFRB
Apresentação/Introdução Este escrito se faz como parte da pesquisa em andamento “Dilemas, estratégias e necessidades de psicólogas/os negras/os em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)”, pertencente ao Mestrado Profissional em Saúde da População Negra e Indígena, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), surgindo como capítulo referente ao cotidiano do fazer-pesquisa sob a perspectiva do/a autor/a.
Objetivos Expor a potência do diário-de-campo como estratégia de coleta de dados e, também, de suporte ao processo de fazer-pesquisa de quem pesquisa.
Explicitar um relato dos dilemas do fazer-pesquisa no contexto de crise político-sanitária, na área de Saúde Coletiva.
Metodologia Trata-se aqui de pesquisa qualitativa através de diários de campo concernentes ao percurso temático, de “perspectiva alargada” (SCHUCMAN, 2012). Enquanto campo-tema, o vínculo com a temática foi registrada em cadernos sobre as experiências cotidianas, nos quais são abarcadas o processo da escrita da dissertação, momentos diários em conversas e atos presenciados, por exemplo, sendo construída a partir de e sobre o lugar de se estar produzindo pesquisa. Essa perspectiva facilita tensionar a concepção tradicional de ida-volta do campo, possibilitando questionar sobre quando o campo invade e borra a separação lá-aqui/histórico-agora.
Resultados Considerando que a pesquisa sobre a qual reside este texto se embasa nos atravessamentos dos racismos para psicólogas/os negras/os trabalhadores/as da Saúde Mental, é necessário considerar a contextualização dos racismos no Brasil. A solução para a construção do racismo neste território foi negar insistentemente o problema (NASCIMENTO, 1980), sendo ambiguamente evasivo, camuflado, violento, escancarado e naturalizado. Como produzir memória, reconhecimento e/ou reparação neste contexto? Pautando a produção de ciência no Brasil, especialmente na virada para o século XX, aqui considera-se a necessidade de considerar formas insurgentes de fazer-ciência que levem em conta as tensões raciais.
Conclusões/Considerações Pautar os diários-de-campo como técnica de coleta de dados ratifica a vivacidade dos racismos no cotidiano (biográfico, institucional etc), indo além de uma percepção superficial de que estes estão “lá no campo”, “longe”, “histórico/datados”. Em Saúde Coletiva, alguns marcos são vitais, como a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), de 2009, servindo como estratégia de combate ao racismo, sendo base para este trabalho.
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