Sessão Assíncrona


SA8.1 - PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES, SAÚDE MENTAL - VIVÊNCIAS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS (TODOS OS DIAS)

42236 - REPERCUSSÕES DO RACISMO NA POLÍTICA DISTRITAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS EM SAÚDE (PDPIS) DO DISTRITO FEDERAL.
STEPHANY CECÍLIA ROCHA DAMASCENO - UNB


Apresentação/Introdução
Este trabalho é resultado de pesquisa de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Política Social/UnB. Buscou-se investigar o apagamento dos saberes afro-brasileiros nas Práticas Integrativas em Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) no DF. A literatura descolonial e a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra apresentaram estratégias para disputar as metodologias do cuidado em saúde.

Objetivos
Analisar as repercussões do racismo na Política Distrital de Práticas Integrativas em Saúde. Investigar a (in)disponibilidade de PIS afro-brasileiras no DF; analisar a relação entre a PDPIS e a PNSIPN; contribuir na luta pela descolonização da saúde.

Metodologia
Elaborou-se pesquisa qualitativa firmada na metodologia descolonial enquanto eixo de análise, com vistas a problematizar as repercussões do epistemicídio e racismo institucional na PDPIS, e a relação entre práticas culturais de saúde da diáspora e promoção de saúde da população negra. Assim, foi feita análise documental da PDPIS por uma perspectiva racializada da ideia de corpo, de saber, de racionalidades médicas e de relações de poder expressas no texto da política. Além de análise da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) para estabelecer diálogos possíveis, tendo em vista sua magnitude, integralidade e potencial de transversalidade a todas as políticas de saúde.

Resultados
As PIS foram institucionalizadas para a garantia da saúde em sua integralidade. Na PDPIS, a predominância da Medicina Tradicional Chinesa e a noção de pessoa sem nenhuma referência à raça, corroboram a universalização do corpo branco e sua cultura. Nesse ínterim, a PNSIPN (2009) é ilustrativa ao reconhecer o racismo institucional no cuidado em saúde, também arraigado à PDPIS (2014). Foram cinco anos da PNSIPN até a implementação da PDPIS, e observa-se que não houve interação entre as duas políticas. Isso porque a PDPIS, uma política que regulamenta parâmetros para os saberes tradicionais em saúde no DF, não recupera as práticas populares de saúde afro-brasileiras salvaguardadas pela PNSIPN.

Conclusões/Considerações
Vislumbra-se a implementação de PIS que correspondam às necessidades intersubjetivas da saúde da população negra do DF. Pois abordagens relacionadas à memória do povo negro, às práticas de cuidado em saúde da diáspora e dos povos de comunidades tradicionais da região, podem favorecer a ampliação do acesso, o combate ao racismo institucional, a liberdade terapêutica, a pertença e protagonismo sobre a própria cultura e sobre os corpos-territórios.