Sessão Assíncrona


SA8.1 - PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES, SAÚDE MENTAL - VIVÊNCIAS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS (TODOS OS DIAS)

40780 - PREVALÊNCIA DE USO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM PORTADORES DE DOENÇAS CRÔNICAS: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2019
MÁRIO CÍRIO NOGUEIRA - UFJF, ANA CAROLINA MOREIRA BICALHO - UFJF, ANA FLÁVIA CORRÊA MAGALHÃES - UFJF, JULIA BARROSO MARQUES MARTINS - UFJF, MARCELLA BARROSO MARQUES MARTINS - UFJF


Apresentação/Introdução
As Práticas Integrativas e Complementares (PIC) podem contribuir para um olhar mais integral na atenção à saúde, especialmente no cuidado de pessoas com condições crônicas. A partir da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), promulgada em 2006, as PIC vêm tendo sua inclusão incentivada na rede pública de saúde no Brasil.

Objetivos
Investigar a associação entre ter alguma doença crônica e a prevalência de uso de PIC na população adulta brasileira.

Metodologia
Foram analisados os microdados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. A PNS é um inquérito de base populacional com amostra representativa da população brasileira. Foram selecionados os participantes adultos (com 18 ou mais anos) e variáveis sociodemográficas, de uso das PIC e sobre doenças crônicas. Foram estimadas, por modelos de Poisson com variância robusta, as prevalências de uso das PIC por doença crônica e as razões de prevalências ajustadas pelas variáveis sociodemográficas, com intervalos de confiança de 95% (IC95%). Foi utilizada a biblioteca survey do programa R, adequada para análise de inquéritos epidemiológicos com amostragem complexa.

Resultados
A prevalência de uso de alguma PIC nos últimos 12 meses foi de 5,5% (IC95%: 5,2-5,8) e as PIC mais usadas foram as plantas medicinais e fitoterapia, acupuntura e homeopatia. Houve maior prevalência de uso de PIC em mulheres e pessoas com renda e escolaridade mais altas. Pessoas com alguma doença crônica tiveram maior prevalência de uso das PIC (RP: 2,11; IC95%: 1,89-2,36); as doenças associadas a maior prevalência de uso foram hipertensão arterial, outras doenças cardíacas, AVC, asma brônquica, artrite, DORT, depressão e outras doenças mentais, DPOC e câncer.

Conclusões/Considerações
Portadores de doenças crônicas, principalmente cardíacas, osteoarticulares, mentais, respiratórias e câncer, fazem maior uso de PIC. A maior prevalência de uso em pessoas com renda e escolaridade mais altas indica iniquidades no acesso. Para atingir a universalidade de acesso às PIC, princípio importante do SUS e objetivo da PNPIC, são necessárias ações de ampliação da oferta destas práticas na rede pública de saúde.