SA8.1 - PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES, SAÚDE MENTAL - VIVÊNCIAS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS (TODOS OS DIAS)
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40598 - EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE MENTAL: DIÁLOGOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA PERSPECTIVA ANTIMANICOMIAL DE SAÚDE JOÃO VINÍCIUS DOS SANTOS DIAS - ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução O trabalho, fruto de uma pesquisa de doutorado, investiga os diálogos entre saúde mental e educação popular com referência nas teorias decoloniais. Discute que a institucionalização de uma perspectiva psicossocial de saúde mental não garante, por si só, o rompimento com práticas normativas e propõe que a educação popular pode fomentar a construção de uma perspectiva de saúde mental antimanicomial
Objetivos O trabalho busca investigar os possíveis diálogos entre a educação popular e a saúde mental, a partir de uma perspectiva que reconheça e valorize outras epistemologias no campo da saúde, visando a ampliação da perspectiva de cuidado em saúde mental.
Metodologia Foi utilizado o arcabouço teórico das pesquisas qualitativas, tomando como referência as teorias decoloniais e a educação popular como modelos para a construção de uma metodologia crítica e não-extrativista. A revisão bibliográfica e as entrevistas semi-estruturadas foram as técnicas utilizadas na pesquisa. Com base no pensamento de Paulo Freire, a metodologia da investigação temática foi adaptada para a identificação de temas geradores e categorias de análise a partir das entrevistas realizadas. Para a análise das entrevistas foram empregados outros conceitos da educação popular baseada em Paulo Freire como diálogo, situação-limite, inédito-viável e conscientização
Resultados A educação popular foi apontada como possibilidade de ampliação dos referenciais da saúde mental e como forma de potencializar a produção coletiva do cuidado a partir da construção compartilhada de diferentes saberes. A partir das falas, histórias e experiências descritas pelos/as entrevistado/as foi possível identificar ainda as ricas possibilidades de diálogo entre educação popular e saúde mental. Embora sejam campos de conhecimento distintos com origens, referências e objetivos próprios, foi considerado que ambas podem se aproximar de forma fecunda nos processos de produção de cuidado, incluindo as pessoas em situação de sofrimento psíquico.
Conclusões/Considerações A partir da pesquisa desenvolvida, propõe-se que educação popular pode ser uma potente estratégia na produção coletiva de uma práxis antimanicomial, através de sua perspectiva prático-teórico transformadora das relações de opressão a partir de diferentes conhecimentos e saberes, visando a construção utópica de um horizonte ético, político e epistemológico que aponte na direção de uma sociedade sem manicômios.
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