23/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC8.3 - TEORIAS, METODOLOGIAS E EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE EM CONTEXTOS SOCIOCULTURAIS |
44177 - ENTRE O DIREITO E A DÁDIVA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES EXTEMPORÂNEAS POR (ENTRE) OUTRAS SAÚDES, TER(R)APÊUTICAS, COSM(UND)OS E MULTIPLICIDADES ALEXIS MILONOPOULOS - USP
Apresentação/Introdução Partindo do contraste entre nosso conceito de saúde e as saúdes presentes nas cosmovivências indígenas, bem como do fato de que para os povos indígenas a saúde não só é toda uma outra coisa, como não está posta como condição, esta proposição oferta elementos para problematizarmos a noção de direito à saúde sedimentada em nossa cartografia cultural a partir de outras cosmo/lógicas.
Objetivos Ao questionar o que mais a saúde pode ser quando posta como dádiva, essa proposição problematiza as condições de nossa experiência da saúde e suas co(i)mplicações, fome/ntando novos possíveis no tocante às problemáticas do direito e da própria saúde.
Metodologia Partindo de uma perspectiva cosmopolítica e transdisciplinar, essa proposição cultiva alianças entre autores da Saúde Coletiva, como Mehry e Teixeira, pensadores indígenas como Krenak e Kopenawa, autores que estão pensando-com questões e cosmovivências indígenas, como Viveiros de Castro e Lima, e também autores que nos permitem experimentar[-com] outras m(é)todol(ó)gi(c)as, como Whitehead, Spinoza e Simondon. Ademais, ao compor com cosmo/lógicas relacionais, ontogenéticas e multinaturalistas, essa apresentação também nos permite colocar questões de ordem metodológica, sobretudo no modo como colocamos e articulamos a problemática do direito à saúde, tanto quanto a própria saúde.
Resultados A saúde não é parte de um problema único, natural, atravessado por diferentes soluções culturais (como a nossa, via direito), pelo contrário. Ao irmos além de uma perspectiva mononatural e multicultural, fica claro que a (cosmo)lógica do direito à saúde, seu antropocentrismo e humanismo, não contempla a multiplicidade de relações e alianças entre [outros (que)] humanos e a Terra que são determinantes para a produção de saúdes na contemporaneidade. De modo que, sabendo que produzir saúde(s) tem tudo a ver com produzir outros cosm(und)os (e) possíveis, nos parece fundamental [re]colocar essas problemáticas a partir de cosmo-lógicas que fomentem a cri/atividade da vida e as potências do vivo.
Conclusões/Considerações Diríamos, quase naturalmente, que a saúde é um direito, mas um direito a que? O que é colocar o problema da saúde a partir da perspectiva do direito? O que isso co(i)mplica? É nesse sentido que essa proposição busca pôr problemas em relação a fim de pensar-com o contraste entre eles, com e entre as cosmovivências que os nutrem e os movem, com aquilo que importa e que cabe nelas, bem como com os possíveis que emergem nesse entre.
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