Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC8.3 - TEORIAS, METODOLOGIAS E EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE EM CONTEXTOS SOCIOCULTURAIS

40864 - CONTEXTOS EXISTENCIAIS E CULTURAIS: A IDENTIDADE CIGANA PELA FILOSOFIA CIGANA
ALUÍZIO DE AZEVEDO SILVA JÚNIOR - MINISTÉRIO DA SAÚDE, INESITA SOARES DE ARAUJO - FIOCRUZ, MARIA NATÁLIA RAMOS - UNIVERSIDADE ABERTA DE LISBOA


Apresentação/Introdução
Neste relato de pesquisa trazemos um tema que foi parte constitutiva da tese de doutorado “Produção Social dos Sentidos em Processos Interculturais de Comunicação e Saúde: A Apropriação das Políticas Públicas de Saúde para Ciganos no Brasil e em Portugal”, defendida na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz, 2018), com doutoramento sanduíche na Universidade Aberta de Lisboa (UAb).

Objetivos
Refletir sobre os modos de produção da identidade cigana na perspectiva da filosofia kalon, em sua relação com os contextos existenciais-culturais da saúde cigana.

Metodologia
Partindo de uma metodologia híbrida, que colocou em diálogo os saberes acadêmicos e os saberes ciganos, representados por sua filosofia, através do audiovisual, apresentamos os modos de percepção e negociação das identidades ciganas como formas de identidades também híbridas e de resistência, que estão em constante disputas, não apenas entre os diferentes grupos e identidades ciganas, como também entre instituições e instâncias coletivas, a exemplo dos vários órgãos estatais ou mesmo as pesquisas acadêmicas.

Resultados
Chamamos atenção para o modo como as pessoas das comunidades ciganas utilizam as identidades romani como uma “tática coringa” para ocupar melhores lugares de interlocução no mercado simbólico da saúde cigana. Essas reflexões são antecedidas por uma breve exposição sobre o arranjo epistemológico da pesquisa, que articula quatro matrizes: a Filosofia Cigana, os Estudos Semiológicos, os Estudos Culturais e os Estudos Anticoloniais.

Conclusões/Considerações
Os processos de invisibilidade e as políticas de silenciamento foram as duas principais estratégias utilizadas pelo colonialismo e capitalismo para a exclusão de sua filosofia de vida e os sistemas de ação e organização ciganos, bem como a desqualificação de suas identidades. Diante deste cenário, os romani adotaram táticas para resistir enquanto identidades culturais próprias, que mantém estilos de vida próprios.