23/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC8.2 - PICS, SABERES POPULARES E NOVOS MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE NO SUS E NA SAÚDE COLETIVA |
43843 - AGENTES CULTURAIS DE SAÚDE: NARRATIVAS DE SABERES POPULARES EM SAÚDE E AS IMPLICAÇÕES DO CUIDADO NO CONTEXTO DE ÁREA REMOTA NO NORDESTE BRASILEIRO. LAYSE NAELE MELO DA SILVA - UFRN, JOISMENE GÍULIO REINALDO - UFRN, MERCÊS DE FÁTIMA DOS SANTOS SILVA - UFRN
Apresentação/Introdução Este estudo tem como pretensão analisar as práticas de cuidados em saúde a partir das narrativas de suas agentes culturais (benzedeiras, raizeiras e garrafeiras) em Santa Cruz/RN. Partimos do pressuposto de que esses cuidados praticados por essas agentes de saúde são invisibilizados no SUS, e isso possui correspondência com os fatores étnico-culturais e com o processo de colonização de saberes.
Objetivos Analisar as terapêuticas de cuidados de saúde praticadas pelas agentes culturais em saúde, considerando-as práticas sociais como racionalidades de cuidados que corroboram com projetos de felicidades em saúde e com os princípios doutrinários do SUS.
Metodologia Trata-se de uma pesquisa exploratória-analítica de caráter qualitativo com abordagem socioantropológica. Para atingir os objetivos propostos, foram realizadas 10 entrevistas semi estruturadas, nos moldes da técnica da história de vida com as agentes culturais de saúde. As entrevistas foram realizadas em dois territórios de Santa Cruz/RN. Para identificar as agentes do território foi utilizada a técnica “snowball”, que consiste na indicação de novas interlocutoras pelas informantes-chaves da pesquisa. Para sistematização dos dados foi realizada análise temática: (a) leitura exaustiva das narrativas; (b) construção dos núcleos de sentidos; (c) criação das categorias analíticas.
Resultados Da análise das narrativas emergiram cinco categorias analíticas: 1) Interlocutoras da pesquisa - a questão de gênero; 2) Transmissão dos saberes; 3) Noção de saúde; 4) Relação entre as agentes culturais de saúde e as Unidades Básicas de Saúde. Nas narrativas as interlocutoras apontam como suas práticas de cuidado possuem uma racionalidade que produzem eficácia material e simbólica que se conjugadas adequadamente nos serviços de saúde poderão fortalecer o acolhimento no sistema e potencializar ações de promoção de saúde. Ademais, revelam, a despeito de seus esforços, o desinteresse das novas gerações pelas práticas ancestrais.
Conclusões/Considerações Essa pesquisa, ao buscar diminuir a estigmatização dessas práticas alternativas e complementares de saúde, se mostra relevante para o campo das Ciências Sociais e Saúde Coletiva para auxiliar nos âmbitos de saúde, como exemplo as UBS. Com isso estimula-se a pesquisas futuras, seguindo essa perspectiva, para realizar a divulgação dessas práticas de cuidado das mestras de saberes de cuidado popular.
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