Sessão Assíncrona


SA7.3 - GESTÃO DO TRABALHO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

39992 - COMO CUIDAR DE UM HOMEM QUE É O ESPELHO DE MIM?: CARTOGRAFANDO ENCONTROS ENTRE TRABALHADORES DE SAÚDE HOMENS E USUÁRIOS HOMENS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
IGOR BRASIL DE ARAUJO - UNEB, ÁLVARO PEREIRA - UFBA, EDLAIR MARIA CUNHA BARBOSA COSTA - SMS/SSA, DANIEL JANUZZI FERREIRA - SMS/SSA, JEAN FERREIRA SOUSA - SMS/SSA, VANTOILTO BERNARDINO DE OLIVEIRA - SMS/SSA, MÁRCIO ANTÔNIO VALENÇA BOVE - SMS/SSA, FERNANDA DA SILVA PEREIRA - SMS/SSA, AZELI MENDES DE LIMA - SMS/SSA, LIANA CARDOSO TELLEZ - SMS/SSA


Apresentação/Introdução
O cuidado em saúde agencia elementos micropolíticos ao desenhar redes de cuidado que se capilarizam nos afetos entre os/as trabalhadores/as de saúde e destes com usuários/as. Performances de gênero e masculinidades complexificam este cuidado diante da sociedade patriarcal e sexista que materializa linhas de uma masculinidade tradicional hegemônica.

Objetivos
cartografar os encontros de trabalhadores de saúde homens e usuários homens nas redes de cuidado da Estratégia Saúde da Família

Metodologia
Produziu-se uma pesquisa cartográfica fundamentada em Gilles Deleuze, Felix Guattari, Suely Rolnik e Michel Foucault, apoiada no dispositivo de Eterno Retorno para analisar os movimentos que construíram três mapas cartográficos das subjetivações masculinas que produzem cuidado em uma Unidade de Saúde da Família de Salvador-Bahia. Para tanto, foi utilizado o dispositivo do trabalhador de saúde homem-guia para mergulhar nos afetos que compunham os territórios existenciais de dois enfermeiros e suas redes com outros trabalhadores/as e usuários/as. Entrevistas individuais e em grupo e diários de campo foram construídos, entre outubro de 2019 e março de 2020, após parecer favorável CEP.

Resultados
Mapas cartográficos do cuidado, operado por um homem trabalhador de saúde a outros homens, multiplicitaram possibilidades de produzir diferença nas práticas da Estratégia Saúde da Família, assim como descortinaram as relações conflituosas do trabalho em equipe, devido às rupturas que esse homem produzia ao emergir a imanência das singularidades do usuário que precisa ser acolhido. Mutações no modo de operar cuidado, diante das afecções entre dois trabalhadores, foram cartografadas a partir das afetações produzidas por um usuário homem que colocou em análise os trabalhadores de saúde, abrindo linhas de fuga para que as masculinidades agenciassem modos criativos e responsabilizados de cuidar.

Conclusões/Considerações
Novos agenciamentos podem ser produzidos para impulsionar agires na Estratégia Saúde da Família que militem pela produção desejante de encontros entre trabalhadores de saúde homens e usuários. Nestes, a produção imanente do cuidado de si dos usuários homens deriva da escuta e da observação atenta do trabalhador de saúde homem que projeta linhas e vetores capazes de aumentar a potência de sentir, agir e existir desses usuários.