Sessão Assíncrona


SA7.3 - GESTÃO DO TRABALHO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

39846 - A INCORPORAÇÃO DAS TECNOLOGIAS 4.0 NAS OCUPAÇÕES DO COMPLEXO ECONÔMICO-INDUSTRIAL DA SAÚDE: CAMINHOS PARA A SUA MENSURAÇÃO
JULIANA PINTO DE MOURA CAJUEIRO - FACAMP E UNICAMP, DENIS MARACCI GIMENEZ - UNICAMP, GABRIELA ROCHA RODRIGUES DE OLIVEIRA - UNICAMP, ANDRÉ KREIN - UNICAMP, MARCELO MANZANO - UNICAMP, ANSELMO LUIS DOS SANTOS - UNICAMP


Apresentação/Introdução
O mercado de trabalho do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) é relevante para a economia brasileira, tanto pela sua representatividade, quanto pelo crescimento expressivo, mesmo em contextos de crise. No entanto, as novas tecnologias 4.0 tem grande potencial disruptivo sobre as ocupações, passíveis de provocar alterações diversas, como a criação, a especialização e até a destruição.

Objetivos
Analisar a incorporação das tecnologias 4.0 nas ocupações do CEIS: a proposta foi desenvolver uma metodologia de mensuração do nível de incidência dessas tecnologias no mercado de trabalho do CEIS e aplicá-la aos dados da RAIS, entre 2012-2019.

Metodologia
Foi realizada a revisão bibliográfica do referencial teórico e metodológico. Foi elaborada a metodologia para captar o nível de incidência das tecnologias 4.0 no conteúdo das ocupações do CEIS por meio do estudo das tarefas ocupacionais, sendo essencial a compatibilização das ocupações da Classificação Brasileira de Ocupações e da Occupational Information Network. Foram criados seis níveis de incidência: muito baixo, baixo, médio baixo, médio alto, alto e muito alto. A metodologia foi aplicada aos dados da RAIS (2012-2019) para analisar a distribuição e a evolução dos ocupados pelo nível de incidência, no agregado, nas ocupações, nos setores e nas regiões.

Resultados
Os dados da RAIS mostram que o maior número de ocupados está nas faixas baixa e mediana (alta e baixa), em todos os anos; e o maior aumento foi verificado na faixa de muito alta incidência. No setor de serviços de saúde os ocupados estão em todos os níveis, evidenciando a sua diversidade e complexidade. Ficam evidentes as desigualdades na análise regional: a maior parte dos ocupados de todas as faixas está situada na região Sudeste, seguida do Nordeste; na faixa de muito alta incidência os destaques positivos são as regiões Sudeste e Nordeste (com a segunda maior participação e a primeira maior variação), e negativo para a região Norte (apresenta a menor participação e a menor variação).

Conclusões/Considerações
Conhecer em detalhes o cenário das alterações atuais e potenciais das ocupações do CEIS no contexto brasileiro é um desafio, porém fundamental para a formulação de políticas públicas que possam enfrentar desigualdades estruturais, preparar o país de maneira sistêmica e inseri-lo de forma virtuosa e soberana nas mudanças de alto potencial disruptivo em curso no mundo, sem perder de foco o acesso universal, integral e igualitário à saúde 4.0.