Sessão Assíncrona


SA7.2 - TRABALHO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

39491 - PREVALÊNCIA DE AGRESSÕES VERBAIS, FÍSICAS E ASSÉDIO SEXUAL SOFRIDOS NO TRABALHO POR AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DE UM MUNICÍPIO PAULISTA DE MÉDIO PORTE
MARIA FERNANDA LIRANI - UNICAMP, KALEB ELIEL FERREIRA LEME - UNICAMP, CARLOS ALBERTO TREICHEL - UNICAMP, BRUNO FERRARI EMERICH - UNICAMP, MICHELLE CHANCHETTI SILVA - UNICAMP, SULAMITA GONZAGA SILVA AMORIM - UNICAMP, LIVIA PENTEADO PINHEIRO - UNICAMP, RODRIGO FERNANDO PRESOTTO - UNICAMP, ROSANA ONOCKO CAMPOS - UNICAMP, ROSANGELA SANTOS OLIVEIRA - UNICAMP


Apresentação/Introdução
O Agente Comunitário de Saúde (ACS) sofre diversas implicações em seu contexto de atuação, uma vez que estes estão mais expostos à situações de violência em suas ações ocupacionais cotidianas. As atividades exercidas em território e em visitas domiciliares (VD) são significativamente atravessadas por diversos tipos de violência, o que traz desdobramentos para o trabalho e saúde mental dos ACS.

Objetivos
Identificar e discutir a prevalência de Agentes Comunitários de Saúde que sofreram agressões verbais, físicas e assédio sexual no trabalho em um município paulista de médio porte.

Metodologia
Este é um estudo transversal que corresponde à fase de levantamento de dados da etapa de pré-implementação de uma pesquisa de implementação de dispositivos de integração de rede para a qualificação do cuidado em saúde mental. O estudo foi realizado em agosto de 2019 e contou com a participação de 70 Agentes Comunitários de Saúde. Os participantes responderam um questionário autoaplicado que teve parte de suas questões relacionadas à exposição de violência no território, como as agressões verbais, agressões físicas e assédio sexual. A análise dos dados foi realizada por meio do pacote estatístico Stata 11.

Resultados
Os resultados apontaram que 67,1% dos ACS já sofreram violência verbal, 8,6% já chegaram a sofrer agressões físicas, e 27,1% dos ACS já passaram por situações que envolviam assédio sexual. Houve resultado significativo (0,038) no quesito “moradia na área de atuação”, evidenciando que a população que não mora em sua própria região de trabalho experienciou mais violência física (23,1%). Apesar de não apresentar maior prevalência de violência contra as ACS, existe um resultado expressivo quanto ao assédio sexual, considerando que 30,2% das ACS do sexo feminino já sofreram este tipo de violência, enquanto 0% dos homens sofreu esse tipo de agressão.

Conclusões/Considerações
Cabe ressaltar que ainda é incipiente na literatura brasileira estudos sobre a prevalência dos determinados tipos de violência em profissionais de saúde, sobretudo, com ACS. A compreensão sobre a violência direcionada a profissionais como os ACS, também pode ser relacionada com fatores que extrapolam conhecimentos da área da saúde, tendo impactos relativos a questões sociais e culturais, que envolvem o machismo, e as relações de poder.