SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)
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44192 - GÊNERO E TRAJETÓRIAS DE INCAPACITAÇÃO PARA O TRABALHO ENTRE TRABALHADORES DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA JORGE HENRIQUE SANTOS SALDANHA - UFBA, MONICA ANGELIM GOMES DE LIMA - UFBA, JORGE ALBERTO BERNSTEIN IRIART - UFBA
Apresentação/Introdução Incapacidade para o trabalho pode ser descrita quando um trabalhador não é capaz de se manter ou retornar ao trabalho por causa de uma lesão ou doença, mas também é o resultado de uma decisão, influenciada por múltiplos determinantes, de permanecer temporária ou permanentemente fora do mercado de trabalho. O papel do gênero nos processos de incapacitação para o trabalho ainda é pouco investigado.
Objetivos Compreender, sob uma perspectiva de gênero, como trabalhadores da indústria significam e vivenciam o processo de incapacitação para o trabalho
Metodologia Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter sócio-antropológico. O estudo foi desenhado na perspectiva de um estudo de caso ampliado e ancorado na teoria crítica. Os agentes dessa pesquisa são homens e mulheres metalúrgicas inseridas em diferentes pontos da cadeia automotiva do complexo industrial automotivo em Camaçari -BA e com histórias diversas, que nos auxiliem a compreender as semelhanças e diferenças no processo de incapacitação. O corpus dessa pesquisa de campo é constituído por entrevistas, análise documental e análise dos bancos de dados oficiais do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Resultados Identificamos oito temas-chave que revelam como o gênero media as trajetórias de incapacitação para o trabalho: Nas motivações para o trabalho na indústria metalúrgica; Nas disposições essenciais para torna-se metalúrgico; Na contradição Ethos de classe x Ethos de gênero na constituição do operário padrão; Na conformação de espaços mistos de trabalho; Na vivência do adoecimento como momento de ruptura; Nas tensões trabalho x família como determinante da decisão de afastar-se do trabalho; Nas tomadas de decisão da gestão da força de trabalho na relação com trabalhadores com incapacidade e nas decisões de Retorno ao Trabalho entre trabalhadores metalúrgicos com incapacidade para o trabalho.
Conclusões/Considerações Evidenciamos diferenças de gênero nos processos de incapacitação para o trabalho, onde mulheres enfrentam desigualdades na entrada, manutenção e ascensão nos postos de trabalho. A incapacidade para o trabalho é distinta entre homens e mulheres, sendo marcada por papeis sociais de gênero. Mulheres vivenciam maior deslegitimação da incapacidade, dificuldade no acesso a benefícios e no retorno ao trabalho, constituindo uma iniquidade em saúde.
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