Sessão Assíncrona


SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)

43130 - A SAÚDE MENTAL NAS DELEGACIAS POR OUTRO ÂNGULO
ANA MARIA MACHADO DE ANDRADE - UFPR, VITÓRIA DE CONTI LOPES - UFPR, RIDINEY SANTOS OLIVEIRA - UFPR, FERNANDO BICUDO ZEFERINO - UFPR, CAROLINA CRISTINE MARTINS DE SOUZA - UFPR, ISABEL FERNANDES DE AGUIAR - UFPR, SABRINA STEFANELLO - UFPR, DEIVISSON VIANNA DANTAS DOS SANTOS - UFPR


Apresentação/Introdução
O sistema penitenciário influencia a saúde não apenas das pessoas privadas de liberdade, mas também daqueles que cuidam e vigiam este sistema. Os policiais que atuam tanto em penitenciárias como em delegacias com presos provisórios possuem maior grau de sofrimento mental do que a população geral. Assim, é necessário compreender como ocorre o adoecimento e o acesso à saúde destes profissionais.


Objetivos
Analisar como são compreendidas as questões relacionadas ao sofrimento mental em delegacias pelos próprios profissionais que lá trabalham. Entender que estratégias de manejo ou de busca de cuidado para estes problemas são utilizadas por estes profissionais.


Metodologia
A pesquisa é de cunho qualitativo, com suporte fenomenológico e hermenêutico. Foram entrevistados profissionais das delegacias do 8º distrito e da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, de Curitiba. As entrevistas foram realizadas por meio de uma plataforma virtual, sendo composta por perguntas disparadoras, as quais visavam entender, principalmente, a experiência tanto de ter um problema de saúde mental enquanto trabalhador de uma delegacia, como que estratégias foram utilizadas para a busca de apoio. Os encontros duraram, em média, 30 a 60 minutos. As entrevistas foram transcritas, sendo realizada categorização por núcleos argumentais.


Resultados
Foram contatados 17 profissionais, dos quais 8 foram entrevistados. Os temas mais abordados foram a condição salarial insuficiente, a instabilidade psicológica requerida pelo ambiente de trabalho e o acesso precarizado a serviços de saúde mental pelos profissionais das delegacias. Quanto aos serviços de saúde, há um acesso mais difícil em comparação a outros serviços de saúde, além disso há resistência em admitir a existência de problemas desta natureza, tanto pelo estigma interno, como pelo fato das repercussões funcionais punitivas caso um trabalhador admita possuir algum problema mental.


Conclusões/Considerações
As questões de saúde mental para os policiais em delegacias possuem dupla taxação estigmatizadora. Por um lado, temos um estigma social próprio dos transtornos mentais. Por outro, temos um estigma que é reforçado também pela corporação ou instituição policial, quando punir e cria simbologias negativas para quem seja identificado com este problema.