Sessão Assíncrona


SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)

42688 - ABSENTEÍSMO NO SERVIÇO PÚBLICO POR TRANSTORNOS MENTAIS E DISTÚRBIOS MUSCULOESQUELÉTICOS
VINÍCIUS LEAL BORGES DA CRUZ - UFBA, LÍVIA PARAGUAI CUNHA - UFRJ/UFBA, KIONNA BERNADES DE OLIVEIRA - UFBA, ADRIANA DE ARAUJO PINHO - UFRJ, RITA DE CÁSSIA PEREIRA FERNANDES - UFBA


Apresentação/Introdução
O adoecimento por transtornos mentais (TM) e por distúrbios musculoesqueléticos (DME) no ambiente de trabalho, além de reduzir a qualidade de vida e implicar em incapacidade, gera custos ao erário público e dias de trabalho perdidos. Tal fenômeno é chamado de absenteísmo doença, que é a ausência ao trabalho com amparo legal, podendo ter relação com aspectos da atividade laboral.

Objetivos
O objetivo do estudo é identificar o perfil de adoecimento e a frequência do absenteísmo relacionado aos transtornos Mentais (TM) e Distúrbios musculoesqueléticos (DME) entre os servidores do judiciário de um estado federativo.

Metodologia
Foram analisados dados secundários de uma coorte retrospectiva fixa de 2.662 indivíduos com seguimento de 2011 a 2020 sobre o absenteísmo por DME e TM dos trabalhadores do judiciário de um estado Federativo. O absenteísmo foi reconhecido através do registro da classificação internacional (CID) das doenças por médicos externos à instituição e homologadas pelos médicos da instituição ou realizadas diretamente por estes. Descreve-se o perfil dos trabalhadores que compõem a coorte, calculadas as frequências absolutas e relativas de afastamentos por CID por agrupamentos de instâncias do serviço judiciário.

Resultados
No período analisado, houve 14.932 afastamentos ; 19,6% se deram por DME e 10,8% por TM. Durante o período, 74,4% dos indivíduos da 1ª instância, 75,9% da 2ª instância e 87,8% do administrativo se afastaram pelo menos uma vez . A média de dias de afastamento por DME na 1ª, 2ª instância e administrativo foi de 14,5; 11,6 e 11,5 dias, respectivamente. Já para os afastamentos por TM, a média de dias foi de 27,4; 20,6 e 28,2 dias. A frequência de afastamentos por DME foi maior no administrativo correspondendo a 21,5%. Já os TM foram maiores dentre os trabalhadores na segunda instância, correspondendo a 14%.

Conclusões/Considerações
Os TM levaram a maior número de dias de afastamento do que os DME, porém estes tiveram maior frequência. A literatura traz que DME limitam os indivíduos na realização das suas tarefas de vida diária, incapacitam e associam-se aos TM através do sofrimento mental. Estudos sobre a trajetória dos absenteísmos por DME e TM devem ser realizados para melhor compreender o contexto de trabalho e as implicações no adoecimento.