SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)
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42242 - A CRONICIDADE E/OU CRONIFICAÇÃO EM SAÚDE MENTAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DAFNE DRUMOND BONI - UFPR, ROGÉRIO MIRANDA GOMES - UFPR
Apresentação/Introdução A pesquisa aborda a temática da cronicidade e/ou cronificação na saúde mental, mais especificamente durante o processo de legalização e consolidação da reforma psiquiátrica brasileira. Ela é uma condição de adoecimento permanente no sujeito, manifesta em sinais e sintomas. Partimos da hipótese de que, para as correntes críticas à psiquiatria, este fenômeno tem raízes nas práticas assistenciais.
Objetivos Analisar a produção científica brasileira na área da saúde mental que discuta a cronicidade e/ou cronificação no âmbito da reforma psiquiátrica brasileira.
Metodologia Foi realizada uma revisão integrativa de literatura na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Scielo e Portal de Periódicos da CAPES, no período de 16 a 17 de maio de 2022, de pesquisas em Português, combinando os descritores “cronicidade AND saúde mental”; “cronificação AND saúde mental”. Os critérios de exclusão foram: teses e dissertações; artigos repetidos; textos que não abordaram a cronificação e/ou cronicidade na saúde mental como uma das temáticas principais da pesquisa. Na BVS, obteve-se inicialmente 102 resultados, que culminaram em 13 artigos selecionados. No Scielo, nenhum dos 22 resultados iniciais foi incluído; no Portal CAPES, 192 obtenções resultaram em 02 artigos.
Resultados Obteve-se 294 artigos que, após os critérios de exclusão, resultaram em 15 artigos. Destes, 04 são datados antes da promulgação da lei 10216/2001 da reforma psiquiátrica brasileira e o último estudo foi publicado em 2017. A maioria dos artigos (08) relacionaram a cronicidade com a ausência de integralidade do cuidado em rede; vários (06) relacionaram os conflitos intra e entre os serviços de saúde acerca da lógica manicomial e da atenção psicossocial como condicionantes fundamentais da cronificação. Apenas um artigo enfatizou os efeitos da precarização e privatização, tantos nos serviços como nos trabalhadores da rede de atenção psicossocial, com a produção da cronicidade e/ou cronificação.
Conclusões/Considerações Os estudos apresentam o papel da institucionalização, sobretudo de caráter manicomial, na produção da cronicidade, destacando suas repercussões sobre atitudes e comportamentos dos usuários. Constatou-se escassez de estudos discutindo a participação das modificações atuais na sociedade capitalista, do desmonte da reforma psiquiátrica brasileira, da precarização do trabalho e dos serviços na produção da cronificação dos usuários atendidos.
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