Sessão Assíncrona


SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)

42229 - SUICÍDIOS POR OCUPAÇÃO NA BASE DE DADOS DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE (SIM) DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ENTRE 2006 A 2019
MARIA MAENO - FUNDACENTRO, CÉZAR AKIYOSHI SAITO - FUNDACENTRO, DANIELA SANCHES TAVARES - FUNDACENTRO, MARCO ANTONIO BUSSACOS - FUNDACENTRO


Apresentação/Introdução
Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2021), no Brasil, em 2019, 14.540 cometeram suicídio. Este estudo destaca o suicídio por ocupações como parte de um projeto que explora as potencialidades do SIM como fonte de informações sobre mortes por causas externas relacionadas ao trabalho, buscando critérios que auxiliem a desvelá-las quando não formalmente assinaladas como evento ocupacional.

Objetivos
Buscou-se identificar as mortes que explícita ou presumivelmente são suicídios, distribuídas por ocupações, visando a dar luz a esses eventos, reconhecidamente subnotificados no âmbito da saúde coletiva.

Metodologia
A base de dados anônimos do SIM foi obtida do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade (PROAIM) da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, período de 2006 a 2019. Foram selecionados os óbitos: a) por causas básicas de autoagressão intencional, X60-X84 e Y87.0, segundo a Classificação Internacional de Doenças - 10ª versão (CID-10), conforme literatura sobre o assunto (e.g. NCHS, 2016), b) por outras causas básicas que continham a palavra “SUIC” na variável “descrição do evento”, c) entre 14 e 100 anos de idade. Foi calculada a mortalidade proporcional de suicídios por ocupações agrupadas em subgrupos da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) 2002.

Resultados
De 102.745 óbitos acumulados no período, foram identificados 7.290 suicídios, sendo 3.161 (43,4%) por enforcamento (X70), 2.267 (31,1%) por outras formas (X71, X75-X84 e Y87.0), 991 (13,6%) por envenenamento, 730 (10,0%) por arma de fogo e 141 (1,9%) por outras causas básicas, em busca na “descrição de evento”. Nenhum suicídio foi registrado como relacionado ao trabalho. Nas 5 maiores mortalidades proporcionais de suicídios por subgrupos ocupacionais, destacaram-se os técnicos de informática (23,9%), profissionais de relações públicas e similares (21,2%), profissionais de saúde (20,0%), profissionais de espetáculos e das artes (19,6%), e cientistas sociais, psicólogos e afins (19,4%).

Conclusões/Considerações
No contexto de aumento de suicídios, algumas ocupações têm tido mais visibilidade. Neste estudo, dos subgrupos ocupacionais, destacaram-se trabalhadores com diversos graus de reconhecimento como população de risco. A lesão autoprovocada predominou, mesmo em populações com acesso facilitado a drogas. A busca de suicídios na “descrição do evento” foi útil para identificar mais casos. Não houve suicídios registrados como acidentes de trabalho.